segunda-feira, dezembro 12, 2005

Esmoriz
Terreno para habitação votado ao abandono

Há mais de uma década que os moradores do bairro dos pescadores de Esmoriz, em Ovar, anseiam por uma casa nova. Muitos vivem em autênticas barracas de madeira e chapa, construídas em plena duna primária, onde o mar é demasiadas vezes uma visita indesejada. Se durante algum tempo o problema foi não existir um terreno livre para a construção de habitação social, essa questão há muito que está resolvida. O terreno em causa, cerca de 20 mil metros quadrados, antes ocupado pelo parque de campismo, está desocupado há dois anos e meio. E o pior é que está de tal forma ao abandono que ratazanas começam a proliferar no meio de montes de entulho.
Para Carlos Azevedo, presidente do Clube de Campismo do Porto, "é uma dor de alma ver o espaço a degradar-se a olhos vistos". "Nem se constroem as habitações para os moradores do bairro, que sonham com isso há mais de 12 anos, nem o espaço envolvente é dignificado", lamentou.
Alcides Alves, presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz que cedeu o terreno à Câmara de Ovar, diz que, pelo lado da junta, estão criadas todas as condições para o processo avançar. "É uma obra importantíssima para a cidade e para aquelas que pessoas merecem viver com condições dignas". Segundo José Américo, vereador do Urbanismo, já foi feito o levantamento das famílias que terão de mudar de casa e o projecto está a ser elaborado em articulação com a Junta e Instituto Nacional da Habitação. Contudo, lembra que as "verbas não abundam para a construção de habitação social" e não pode ainda avançar com datas.

Números
80: fogos previstos para o novo bairro social. As habitações serão geminadas e construídas em banda, em vez de prédios de apartamentos, tendo em conta o perfil da população.
112: famílias num total de 2500 pessoas vivem no bairro dos pescadores. No entanto, apenas serão contempladas as que moram em barracas situadas em duna primária.
(JN)

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