domingo, maio 22, 2005

Yazaki suspende deslocalização enquanto
mantém contactos com o Governo


A empresa Yazaki Saltano anunciou, anteontem, ter suspenso a deslocalização de linhas de produção de componentes eléctricos para unidades que possui no Leste Europeu.
Esta medida colocava em risco, até ao Verão, meio milhar de empregos na fábrica de Ovar, onde trabalham cerca de 2000 pessoas.
"Desde 26 de Abril ficou suspensa a transferência de parte da produção de cablagens prevista para a Eslováquia e Turquia", lê-se no comunicado distribuído hoje à tarde.
Ao que tudo indica, a empresa aceitou manter contactos com o Governo e autarquia local antes de avançar com a deslocalização.
Os trabalhadores não acreditam na boa vontade e decidiram, esta quinta-feira, marcar para as próximas semanas novas acções em defesa dos empregos.
"Vamos quase em um mês e não sabemos de nada. Estamos a pensar em organizar oito dias de mobilização para pressionar ao máximo a entidade patronal", referiu José Sá, delegado sindical que falava durante um plenário.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, assistiu ao encontro, na sexta-feira, juntamente com activistas sindicais.
"Estes trabalhadores, pelas suas capacidades, provocaram que produzem melhor do que no países de Leste, pode ter havido uma reconsideração", declarou o dirigente comunista, lembrando, contudo, a inexistência de garantias que permitam dizer "que a empresa abdicou claramente do objectivo",
A Yazaki Saltano, que é a maior empresa do distrito de Aveiro, justifica a tentativa de deslocalização, e consequente dispensa de 500 pessoas, pela quebra de encomendas, apesar da unidade de Ovar ter elevados índices de produtividade.(«NA»)

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