sexta-feira, maio 20, 2005

Assembleia de Credores adiada para 16 de Junho
Gestor judicial acredita na viabilidade da Universal Motors

Elmano Vaz, gestor judicial da Universal Motors, de Ovar, acredita na viabilidade da empresa. Sem querer adiantar o conteúdo do relatório que está a preparar para apresentar no próximo dia 16 de Junho, Elmano Vaz adianta que «muitas coisas terão que acontecer, mas essa é a minha convicção».
A Assembleia Geral de Credores da Universal Motors, marcada para hoje, foi adiada para o próximo dia 16 de Junho, a pedido do próprio Elmano Vaz, «para poder reunir todas as condições». «O relatório vai ser feito e entregue nos prazos legais para que os credores se pronunciem», explicou ainda.
É que só na última terça-feira o gestor judicial viu legitimadas as suas competências junto da filiais estrangeiras da empresa. Para o efeito, o Tribunal teve que enviar oficiosamente todos os movimentos para a Conservatória do Registo Comercial. Estes acabam por ser registados sempre com algum atraso e sempre «provisórios por dúvidas», até que a sentença transite em julgado. No início desta semana, a nomeação do gestor judicial, passados 45 dias, ainda não se encontrava legitimada, porque não tinha sido possível obter na conservatória a certidão com o registo definitivo.
Os trabalhadores mostravam-se apreensivos porque, desta forma, «movimentações estranhas continuavam a ser praticados nas filiais, porque não era possível demonstrar a legitimidade deste gestor para acautelar o património da empresa».
O problema residia no recurso apresentado pela administração da Universal Motors sobre a suspensão do anterior gestor Paulo Silva, decretada pelo Tribunal.
Elmano Vaz substituiu Paulo Silva depois da administração da empresa de motores eléctricos ter levantado um «incidente de suspeição» na primeira Assembleia Geral de Credores, mas que a Juíza viria a considerar improcedente. No entanto, Paulo Silva renunciou ao cargo que deveria reassumir, «para não atrasar ainda mais, se calhar de forma irremediável o processo».
A administração é acusada de ter deixado as contas bancárias «a zero», obrigando Elmano Vaz a «começar do zero, mas mesmo assim pagamos um mês de salário, o que não foi feito por ela em cinco meses».
O gestor disse ainda que durante a próxima Assembleia de Credores a Juíza do processo irá comunicar publicamente a sua decisão de não aceitar como válido o «incidente de suspeição» levantado pela administração. Esta alegava não haver condições de imparcialidade, uma vez que, dizem, Paulo Silva foi indicado pela Efacec, o maior credor da empresa e proprietária do imóvel onde estão as instalações fabris.(«DA»)

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