segunda-feira, novembro 22, 2004

Furadouro pode ser freguesia em Dezembro

Os diversos partidos com implantação autárquica no País preparam-se para aprovar, no próximo dia 17 de Dezembro, na Assembleia da República, um conjunto de alterações legislativas, no sentido de criar novas freguesias, cidades e vilas, nas vésperas de se entrar em ano de eleições municipais. O Furadouro é um do poucos «processos completos»: tem os equipamentos, o número de eleitores necessário, parecer do Governo e da respectiva câmara e assembleia municipal e junta e assembleia de freguesia de Ovar e é de esperar que desta vez, entre no ano novo com o estatuto de freguesia.
Sobre a criação da freguesia, Esmeralda Souto garante que nunca foi contra, «desde que se cumpra a lei e satisfaça as pretensões dos moradores do Carregal que já demonstraram não estar satisfeitos com a inclusão na nova freguesia». A presidente da junta não se importa de ver o território da sua freguesia amputado, e até já deu parecer favorável na junta e assembleia de freguesia em que o assunto foi abordado. Mas não esconde que o processo está a andar um bocadinho depressa de mais para o seu gosto, ou seja, «sem que se discutam as vantagens e desvantagens da criação de uma freguesia como o Furadouro». Esmeralda Souto, que antes de ser líder da autarquia, leccionou muitos anos na praia do Furadouro, recorda que, nas poucas sessões que se fizeram para auscultar a opinião dos moradores, muitos foram os que, vivendo na praia, «não viam com bons olhos a criação de uma nova freguesia». Na verdade, segundo ela, o assunto «nunca foi verdadeiramente debatido, sobretudo com as pessoas do lugar do Carregal que não querem fazer parte de uma freguesia com a qual não se identificam». «Muitos dos habitantes deste lugar mostraram a sua indignação durante a votação que decorreu na Assembleia Municipal e na Assembleia de Freguesia», recordou ainda. «Este assunto não é pacífico», resume.
A Junta de Freguesia de Ovar chegou a ser acusada de adiar a apreciação do respectivo Projecto-Lei, alegadamente por não possuir a documentação mínima necessária para emitir parecer. Esmeralda Souto responde dizendo que «não foi bem assim» e que «quando o processo nos foi remetido na totalidade, marcou-se uma reunião para aprovar tudo rapidamente».(«DA»)

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