quinta-feira, novembro 18, 2004

A mulher de quem se fala
«Gostava de cantar num grande festival»
Xénia Fortes nasceu em Angola e veio para Ovar com apenas oito anos de idade. Hoje, saboreia o êxito do álbum de estreia das «So Watt», um projecto musical que alia a moda à música de dança

Como surgiu a oportunidade de integrar o projecto «So Watt»?
Foi tudo uma grande coincidência. Eu estava a fazer uns trabalhos como manequim e houve alguém que reparou em mim e decidiu levar-me ao Pedro Saraiva, ex-vocalista dos «D.R Sax» e mentor das «So Watt». Logo aí fiz testes de voz e, como ele gostou, comecei a fazer coros para os D.R Sax. Mais tarde, vim a conhecer a Verónica, minha actual colega nas «So Watt». Pouco depois, começámos a fazer umas brincadeiras em bares e discotecas de Portugal e Espanha e verificámos que as pessoas aderiam bem. O passo seguinte foi começar a compor as nossas próprias canções e aí nasceu «I just need one more day». Depois foi arranjar uma editora e cá estamos nós.

Porquê o nome de «So Watt»?
Como começávamos a cantar em discotecas e bares, pensámos fazer um trocadilho com as palavras «So Watt», que é uma expressão muito utilizada no «R&B» e no «Hip-Hop». Portanto, o «Watt» aqui refere-se a colunas ou a potência de som, o que tem alguma coisa a ver connosco em palco.

nome da imagem

O facto de estar ligada à moda desde cedo, ajudou-a de alguma forma na abordagem de um projecto musical com estas características?
Sim, muito. Eu já sou extrovertida por natureza e tenho uma grande paixão pela dança. Depois, o facto de ter feito diversos trabalhos como manequim, auxiliou-me a criar um à-vontade em palco que foi importante para o projecto.

Como é que vocês dividem o trabalho na composição dos temas?
O Pedro Saraiva compõe as músicas e eu e a Verónica completamos com as letras.

«I just need one more day» passa muito nas rádios e nos canais de TV da especialidade e está incluída ainda em diversas bandas sonoras, como é o caso da telenovela brasileira «New Wave». A promoção do disco tem-vos agradado?
No caso da «New Wave», as coisas aconteceram muito naturalmente. Enviámos uma cópia do single para a produção da TV Globo que gostou e decidiu incluir a música na banda sonora. Também posso dizer que o nosso novo single, «Waiting why», vai surgir na nova banda sonora de uma novela líder de audiência.

Pode dizer-se com propriedade que este é um sonho tornado realidade?
Não sei. Como tudo aconteceu muito depressa, ainda não sei bem, mas para já, posso dizer que tem sido um enorme divertimento. Acima de tudo, penso que estamos a testar as nossas capacidades e também as do público. Ainda não sabemos muito bem como é que o público e o mercado vão reagir ao nosso trabalho. Para já, nos espectáculos ao vivo as pessoas ficam muito admiradas, mas gostam da nossa imagem em palco.

Porque é que vocês optaram por cantar em inglês? Isso quererá dizer que as «So Watt» têm outros objectivos, como por exemplo, entrar noutros mercados?
Nós adoramos Portugal e não está fora dos nossos planos vir a cantar em português, mas para já e porque queremos ir um bocadinho além das fronteiras do nosso país, decidimos cantar em inglês.

O videoclip de «I just need one more day» passa muito nos canais de música. Gosta de se ver? Como foi a reacção da primeira vês que se viu na televisão?
Foi muito engraçado. Estava a fazer «zapping» e de repente vi-me no «Sol Música». Fiquei muito contente. É muito bom que o nosso trabalho receba alguma exposição para toda a gente ver. Foi muito agradável. O novo teledisco já está pronto e vai ser um bocadinho diferente do primeiro. Enquanto que no outro éramos praticamente só nós as duas, neste novo já temos a companhia de manequins masculinos e, claro, surgimos com um novo «look». Vai ser uma surpresa.

Como é que caracteriza o vosso som? Quais são as vossas influências musicais e quem vos inspira?
Penso que anda à volta do «R&B», «Hip-hop» com um pouco de jazz. Em termos de nomes do actual panorama musical, ouvimos muito Mary J Blidge, Puff Diddy, Mase, Ashanti, Usher, e é natural que isso se reflicta no nosso som.

Vocês estão a dar os primeiros passos, mas já devem ter uma noção das dificuldades. Como é ser-se mulher no mundo da música?
Não é nada fácil. É preciso muita força de vontade e paciência e, acima de tudo, temos que abdicar de muitas coisas. A tradição diz que as mulheres devem ser mais caseiras e dedicarem-se mais à família. Quando se envereda por uma carreira musical, temos que deixar isso tudo para trás.

Dá para viver da música, num mercado tão restrito como é o português?É muito complicado. No nosso caso, que começámos no final do Verão, altura em que saiu o álbum, ainda mais. Temos alguns espectáculos marcados, mas eu penso que as «So Watt» vão surgir muito fortes em 2005. Já tocámos em várias discotecas de Portugal e Espanha, o que nos ajuda a sobreviver. Já tocámos, por exemplo, no «Via Rápida», no Porto, e na inauguração do «Maria.pt», em Santa Maria da Feira. Também nos apresentámos em vários desfiles de moda e diversos programas de televisão, mas o nosso sonho é participar num grande festival para podermos mostrar o nosso trabalho a um público mais abrangente.

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Tendo nascido em Angola, quando se refere a este país, fá-lo sempre com muito carinho. O que é que a atrai mais lá?É o calor, mas o calor de tudo, tanto ao nível do clima como no relacionamento com as pessoas. Eu costumo ir a Luanda e fico admirada como as pessoas mantêm o bom-humor, apesar de todos problemas que afectam o seu dia-a-dia.(«DA»)

1 comentário:

Anónimo disse...

Ola a todos...
Gosto muito das "So Watt"!! Tenho imensa pena de ja nao dar na tv porque adoro as musicas..
Queria saber quais sao os nomes das duas raparigas da banda??!

Muito obrigado ;)