sexta-feira, novembro 05, 2004

Acabou despedido da Ovarense
Joaquim Teixeira queria subir de divisão

«Tenho a certeza absoluta que a Ovarense subia de divisão com estes jogadores», assegura Joaquim Teixeira, técnico despedido esta semana da Ovarense. «Fui eu que os escolhi e daí a minha tristeza e revolta, porque não me deixaram concretizar esse sonho».
Joaquim Teixeira desvenda também, finalmente, parte dos motivos que estiveram na origem da sua saída do comando técnico da equipa. Os problemas que teve terão partido apenas de «uma única pessoa», cujo nome o treinador não torna público. «A Ovar irei sempre de cabeça bem levantada e de consciência tranquila porque gosto muito mais da Ovarense hoje do que quando vim para cá pela primeira vez». E é com amargura que confessa que «faltou um bocadinho de elevação na minha sucessão». «Podiam ter preservado melhor a minha imagem e não merecia que as coisas fossem feitas nas minhas costas», concluiu.
A situação ter-se-á precipitado após o jogo com Desportivo das Aves. «A equipa viveu três semanas muito só, sem apoio, com os directores a aparecerem muito pouco». Chegaram inclusivamente a haver provocações para que abandonasse o clube, «mas não fiz isso nem nunca o faria». E reitera: «Apenas com um dirigente tive conflitos. Sou contra a hipocrisia e contra a mentira, todos dizem mal desse senhor, mas ninguém tem coragem para lhe dizer isso na cara mas eu tive! Ainda no passado domingo, um elemento da minha equipa técnica ouviu dois dirigentes comentarem nos seguintes termos: «Estamos a ganhar 4-0, agora como vai ser?» E o outro respondeu: «Vai-se embora na mesma, nem que ganhe 8 ou 9». Para Teixeira, isto foi uma «cretinice».
Em declarações a um semanário local, justifica que «se não festejei os golos da minha equipa foi por causa do que me ia na alma, não consegui deixar de ter aquela reacção com o árbitro porque estávamos a ser roubados e não admito que roubem a Ovarense». «Exagerei um pouco, é certo, mas por causa do que me ia no interior, mas não confundo o clube com as pessoas e saio muito satisfeito de Ovar, com grandes amizades cá e com o sentido do dever cumprido, apenas triste por não conseguir concretizar o sonho de subir a equipa à primeira Liga».

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