domingo, setembro 11, 2005

Associação dos Emigrantes de Santa Maria de Válega
Painel de azulejos evoca 20 anos
do acidente ferroviário de Alcafache


Os 20 anos do desastre ferroviário de Alcafache, Mangualde, são hoje evocados com a inauguração de um memorial em homenagem às vítimas mortais do segundo mais grave acidente da história dos caminhos-de-ferro portugueses.
A homenagem é promovida pela Associação dos Emigrantes de Santa Maria de Válega, Ovar, e inclui uma cerimónia religiosa e a inauguração de um muro de sete metros de comprimento, que integra um painel com 432 azulejos.
O painel "faz uma resenha histórica do que aconteceu" disse José Augusto Sá, 45 anos, dirigente daquela associação.
No muro - que foi construído em forma de linha tortuosa, representando "os caminhos que os emigrantes trilham" - tem uma abertura no local onde anteriormente foi erguida uma cruz em memória do acidente, adiantou.
Foram convidados para a evocação 30 corporações de bombeiros que participaram nas operações de socorro e resgate das vítimas, e entidades como a Câmara de Mangualde, Governo Civil de Viseu e Liga dos Bombeiros Portugueses, entre outras.
A associação convidou também os familiares das vítimas que conseguiu localizar, bem como a população local, "inexcedível no apoio aquando do acidente", recordou.
O desastre ferroviário de Alcafache ocorreu a 11 de Setembro de 1985, a cerca de 200 metros daquela estação da Linha da Beira Alta, entre Mangualde e Nelas.
às 18:37 daquele dia, um comboio internacional Sud-Express, que transportava 300 pessoas do Porto para França, a maioria emigrantes, chocou frontalmente com uma composição regional que se dirigia para Coimbra com 30 a 40 pessoas.
Os dois comboios colidiram a uma velocidade de 100 quilómetros horários, vindo a incendiar-se três carruagens do Sud-Express e duas do Regional.
Nunca foi divulgado com exactidão o número de mortos deste acidente, mas alguns jornais da época apontaram para mais de 50.
O pior acidente ferroviário em Portugal acontecera 21 anos antes, em 26 de Julho de 1964, altura em que uma automotora da Linha da Póvoa embateu num pontão, provocando 102 mortos

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