terça-feira, março 15, 2005

População da Ribeira dividida
por causa do sino do relógio


nome da imagemA população do Lugar da Ribeira, em Ovar, está dividida por causa do sino do relógio da Capela de Santa Catarina. De um lado está a Comissão Zeladora e alguns moradores, que dizem que as badaladas não incomodam ninguém, do outro estão quase meia centena de moradores que promoveram um abaixo-assinado para "calar" o relógio durante a noite. No meio fica o pároco que tenta apaziguar os ânimos, mas não se livra de algumas acusações.
A autarquia já recebeu um grupo de moradores e reuniu com a Comissão Zeladora, tendo decidido mandar efectuar medições sonoras para avaliar uma eventual infracção à lei do ruído. No entanto, há alguns meses uma moradora mandou ela mesma efectuar uma medição a uma empresa especializada que conclui que as badaladas soavam alguns decibéis acima do máximo permitido por lei.
Maria Emília Valente mora escassos metros atrás da capela e é uma das contestatárias, alegando que não consegue dormir de noite. "Não estou contra o sino, estou a favor do meu sossego durante a noite; o que eu e outros moradores pretendemos é que ele seja silenciado durante a noite, nada mais", explica esta moradora que promoveu o abaixo-assinado que recolheu 48 assinaturas.
O problema, começou há cerca de um ano, diz, quando a Comissão Zeladora comprou um novo relógio que começou a tocar "estridentemente" todos os quartos de hora. Depois de algumas reclamações os responsáveis baixaram o volume, "mas logo a seguir subiram-no novamente", e puseram o relógio a assinalar sonoramente apenas as horas e meias horas. Os queixosos afirmam que o que existe é "falta de compreensão" e não compreendem "porque é que há necessidade de massacrar as pessoas durante a noite".
Já Maria do Carmo Vigário mora há 75 anos no largo da capela e garante que o sino "não incomoda ninguém". "Até faz jeito para nos levantarmos e sabermos as horas, mas agora está tão baixo que para me levantar tenho de pôr o despertador", afirma. Ao seu lado, António Farraia também tem a mesma opinião e diz que "os que estão contra o relógio nem sequer são do Lugar, mas sim pessoas que foram para ali viver há algum tempo".(«Comércio»)

Sem comentários: