Cavaco garante que vai acompanhar
o Governo com "exigência"
O Presidente da República, Cavaco Silva, garantiu hoje que acompanhará "com exigência" o Governo, num discurso de posse nunca aplaudido pelo Bloco de Esquerda e PCP e apenas apoiado de princípio ao fim pelo PSD e CDS-PP.
"De acordo com a leitura que faço dos poderes presidenciais inscritos na Constituição, considero que o Presidente da República deve acompanhar com exigência a acção governativa e deve empenhar-se decisivamente na promoção de uma estabilidade dinâmica no sistema político democrático", afirmou Cavaco Silva na parte final do seu discurso.
Cavaco Silva deixou ainda o aviso que não fará uma leitura passiva dos seus poderes quando advertiu que "estabilidade política não é um valor em si mesmo".
"A estabilidade é uma condição, não um resultado. E para que a estabilidade não se confunda com imobilismo, é necessário imprimir-lhe um sentido dinâmico e reformista", sublinhou.
As palavras de Cavaco raramente foram aplaudidas pela bancada do PS, mas os deputados socialistas tiveram o gesto de cortesia de se levantarem e baterem palmas ao novo Presidente da República no final do seu discurso de 28 páginas - atitude que não foi seguida por comunistas, bloquistas e "Verdes", que contrariaram uma tradição nas cerimónias de posse presidenciais.
Também o ex-Presidente da República Mário Soares rompeu a tradição e, no final da cerimónia, saiu da Assembleia da República sem se dirigir ao Salão Nobre para cumprimentar o novo chefe de Estado, que foi seu adversário nas eleições presidenciais de 22 de Janeiro.
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