O «Case study» do Hospital de Ovar
Para justificar a sua decisão de encerrar 11 maternidades, Correia de Campos foi ao baú do ministério ressuscitar dois estudos que aconselharam soluções semelhantes a anteriores titulares da pasta: fechar blocos de parto e concentrar recursos. Um foi entregue em 2004 a Luís Filipe Pereira, ministro do governo PSD/CDS de Durão Barroso. Outro, a Maria de Belém, em 1999, quando tutelava a Saúde no governo socialista de António Guterres.
Foi em 1999 que uma comissão técnica considerava que 19 unidades «não tinham capacidade no momento para cumprir os critérios» de segurança. Algumas foram concentradas, como é o caso de Ovar que foi substituída pelo hospital da Feira, que veio a nascer. Mas noutros casos, a decisão de Maria de Belém passou pela manutenção - como é o caso de Bragança, Chaves, Elvas, Barcelos ou Mirandela.
Desde ontem disponíveis, pela primeira vez, no portal da saúde, os dois relatórios elaborados por especialistas referem já a necessidade de assegurar condições mínimas de segurança no atendimento e falam em «dispersão de meios» e em «alto risco» para as parturientes. Mas a decisão política de avançar para a concentração não chegou a ser tomada.
Em 2004, a Comissão Materna presidida pelo especialista Albino Aroso aconselhava ao ministro Luís Filipe Pereira a fechar 11 blocos de partos - os actualmente propostos mais os de Mirandela, Póvoa do Varzim, Guarda e Cascais. A lista não incluía, no entanto, a maternidade de Elvas. E, enquanto o actual Governo passa para as administrações hospitalares a escolha entre Bragança e Mirandela e entre Guarda, Covilhã e Castelo Branco, o anterior relatório apontava para o fecho de Mirandela e da Guarda.(«DN»)
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