Heshimu Evans, o guerreiro do Bronx
HeshimuNasceu no problemático "bairro" nova-iorquino do Bronx, onde cresceu para o basquetebol. Esteve muito próximo de atingir o sonho de jogar na NBA, mas tal nunca chegou a concretizar-se. Chegou a Portugal já lá vão cinco anos e por cá ficou. campeão nacional por três vezes, em três emblemas diferentes, "MU" é uma referência de qualidade na nossa Liga. O guerreiro do Bronx abriu o jogo, fez um flasback da sua vida e confessou um desejo: jogar pela selecção portuguesa de basquetebol
A imagem pode ser retirada de um qualquer filme que retrate Nova Iorque. O cenário, esse, é bem específico e remete-nos para a realidade do crime, drogas e violência do “bairro” mais pobre da cidade que nunca dorme: o Bronx. Chamam-lhe bairro, mas no fundo o Bronx é um dos 62 condados do estado de Nova Iorque e para que tenham bem a noção, possui uma população a rondar o milhão e meio de habitantes. Entre gangs, drogas e muita violência, o mais fácil é enveredar por aquilo que está mais à mão, o mesmo é dizer, o crime. Na realidade, difícil é passar ao lado da tentação, já que a desculpa seria simples de encontrar: não tive culpa de nascer aqui. Ora, Heshimu Evans nasceu e cresceu em pleno Bronx: “Foi uma infância difícil, mas mantive-me longe dos problemas graças ao basquetebol que me garantia sempre ocupação. Acreditem que é muito fácil optar pelas coisas mais acessíveis”, confessou “MU”, que só regressa ao Bronx para visitar família e amigos. Evander Childs é o nome da escola que o viu crescer para o basquetebol. Uma escola sem pergaminhos no que ao básquete diz respeito, talvez por isso, o jovem Evans, ciente das suas capacidades e ávido por alcançar o sonho de jogar na NBA, lutou para conseguir uma bolsa de estudo que possibilitasse voos mais altos. Dois anos depois estudava e jogava em Manhattan College. “Consegui entrar em Manhattan e no momento de transição para a universidade o meu treinador levou-me para St. Johns. Quando tive oportunidade, mudei-me para Kentucky, uma das mais conceituadas universidades americanas”, frisou Heshimu, que na altura rondava os 16 anos de idade.
Programa Gauchos
Foi precisamente por volta dos 16 anos que o adolescente Heshimu Evans integrou o programa Gauchos. Fundado há 35 anos pelo argentino Lou d´Almeida, o programa tem como principal objectivo providenciar um local seguro para os miúdos do Bronx crescerem. Não é só uma segunda casa para muitos jovens do bairro, como permite, através do basquetebol, que esses adolescentes conheçam o mundo e criem perspectivas de vida. Heshimu foi um dos eleitos. Juntamente com nomes tão conhecidos da NBA, como Stephon Marbury, Jamal Mashburn, John Saley ou Chris Mullin, “MU” viajou pelos EUA e pelo mundo. França, Alemanha, Hawai são alguns dos países por onde passou e que marcaram, ainda mais vincadamente, a ideia de perseguir o sonho chamado NBA.
Tão perto e tão longe
Falta de sorte? De talento? De oportunidades? O que faltou a Heshimu para jogar na NBA? A resposta mais convincente e aquela com que deparamos mais vezes, após uma busca exaustiva dos comentários às actuações do jogador desde o tempo da universidade, é a falta de lançamento exterior. É que “MU” teve e tem tudo o resto para singrar no melhor campeonato de basquetebol do mundo. O problema é que comparativamente à fortíssima concorrência, a falta de eficácia na hora de atirar de fora sobrepõe-se ao talento natural, à entrega e à inteligência a jogar que possuiu. Heshimu faz a análise do seu (in)sucesso: “A NBA foi um sonho que nunca se realizou. No entanto, o mais importante é estarmos felizes com o que estamos a fazer e eu sinto-me muito bem aqui. No início da minha carreira como profissional, tentei a NBA. Disseram-me que era melhor adquirir experiência na Europa e optei pela França. Voltei aos EUA e tentei novamente. As coisas voltaram a não correr bem nos Milwakee Bucks nem nos Phoenix Suns. Fui para o Japão e regressei novamente”, confessou o jogador. O resto da história já imaginam. Evans ainda esteve no segundo round do draft, mas a frustração apoderou-se da sua mente. (Ler mais aqui)
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