Nuno Manarte sente-se realizado em Ovar
Ele é a face mais carismática do basquetebol português e o baluarte do orgulho vareiro. Nuno Manarte sagrou-se campeão nacional da Liga Profissional na passada quinta-feira pela Ovarense, um título que junta ao conquistado no ano de 2000. Veste de preto desde o momento em que nasceu para a modalidade, aos 7 anos, e todos o conhecem - e respeitam - pela entrega e irrequietude que coloca em campo. Aos 30 anos, o capitão, o "Noca" - nome pelo qual é conhecido em Ovar -, joga com o coração porque, como ele diz, "as pessoas que enchem o nosso pavilhão me motivam e eu identifico-me com elas."
Quanto à conquista do título viveu-a com a ansiedade de quem já sabia o que é ganhar. "Quando se é campeão pela primeira vez, o sentimento é novo", afirmou Manarte. "Depois que já sabemos como é, queremos repetir e desenvolvemos a consciência de que o que aconteceu não é por acaso, é fruto do trabalho." Apesar do domínio na fase regular, a época da Ovarense não foi isenta de sobressaltos. A eliminação dos oitavos-de-final da Taça de Portugal, a última ronda antes da Final a 8, pesou no balneário, mas o capitão vareiro ressalva outros momentos. "A mim custa-me muito perder nas finais", concluiu. "Estar lá, nos momentos de decisão, e depois morrer na praia, como aconteceu na Supertaça e na Taça da Liga é doloroso."
Jogador que só conheceu um clube, Nuno Manarte reconhece que a estabilidade da constituição da equipa foi "sem dúvida, determinante". "Aquilo de que toda a gente fala, a química, não aparece de um dia para o outro", comentou. "Os automatismos e as rotinas são criados no trabalho diário." Com dois outros jogadores a disputar a mesma posição durante a época, o capitão mostra porque é um líder e o mais directo receptor do carinho das gentes de Ovar. "Quando há respeito não há problemas", comentou. "Fico triste quando perdemos e eu não tive a oportunidade de contribuir como queria, mas se ganharmos, por mim, tudo bem. O importante é a minha equipa ganhar!" («JN»)
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