quarta-feira, junho 22, 2005

Operários da Universal Motors
criticam juíza e exigem novo gestor


Inconformados com os "incidentes de suspeição", os operários de Ovar exigem o regresso do gestor judicial Elmano Vaz

Os trabalhadores da fábrica de motores eléctricos Universal Motors, de Ovar, deram ontem em conferência de imprensa um "grito de desespero" e puseram "debaixo de fogo" a juíza Margarida Carmezim, responsável pelo processo de recuperação de empresa. Os trabalhadores dizem que a magistrada "tomou e está a tomar, decisões" que - pensam os trabalhadores - podem ser "ilegais e altamente lesivas dos interesses dos credores, dos trabalhadores e do próprio Estado".
Em causa, está uma sucessão de actos jurídicos que levaram à suspensão de dois dos administradores judiciais, depois de dois "incidentes de suspensão" levantados pela administração da empresa, também ela destituída por Margarida Carmezim. Os trabalhadores acusam a administração demitida de "levantar todo o dinheiro que existia nas contas da empresa".
Esta acusação é feita por António Armando, um ex-trabalhador que se constituiu credor e que, garantiu estar mandatado para representar os noventa operários que ontem encheram a cantina da Universal Motors, onde decorreu esta conferência de imprensa.
António Armando recorda que, após a suspensão do primeiro gestor judicial, Paulo Silva, na sequência do primeiro "incidente de suspeição" (mais tarde julgado improcedente pela magistrada) assumiu funções imediatas Elmano Vaz, um outro gestor que acabou, também, por ser suspenso em consequência de mais um recurso à figura de "incidente de suspeição". O "porta-voz" dos trabalhadores afirma que, durante este tempo, as filiais estrangeiras da Universal Motors continuaram a ser "delapidadas pela administração suspensa".(«Comércio»)

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