segunda-feira, junho 27, 2005

Avioneta choca com carro ao aterrar no aeródromo de Paramos
Jovem morto é de Esmoriz
Um jovem de 20 anos morreu, ontem, na sequência de uma colisão do seu automóvel com uma avioneta que se preparava para aterrar no aeródromo de Paramos, em Espinho. O acidente aconteceu cerca das 20.45 horas e provocou, ainda, ferimentos graves no piloto do pequeno avião. Transportado para o Hospital de Espinho, o piloto do aparelho foi depois transferido para o Hospital de S. Sebastião, na Feira, onde se encontrava, à hora do fecho desta edição.
O acidente, que provocou a explosão tanto do avião como do carro (um Citroën C4), aconteceu quando o jovem, residente em Esmoriz, atravessava a pista do aeródromo. Nessa altura, a avioneta estava já muito perto de concretizar a aterragem e, de acordo com testemunhos recolhidos no local pelo JN, ainda terá tentado alçar voo novamente, no sentido de evitar o choque. A pouca velocidade a que já vinha não o terá permitido. O jovem Gossrey - nascido em França, filho de pais emigrantes que regressaram a Portugal há sete anos - tinha ido deixar o seu irmão mais novo num bar da praia de Paramos, onde trabalhava. No regresso, deu-se o acidente.
"Só lhe posso dizer que o avião era um Piper Cherokee, nossa propriedade, e que era pilotado por um associado que viajava sozinho", disse, ao JN, o presidente do Aeroclube da Costa Verde, sedeado no aeródromo de Paramos. Jorge Pinhal recusou explicar os contornos do acidente porque, disse, "não podemos adiantar detalhes, uma vez que está em curso um inquérito das autoridades aeronáuticas".
No local compareceu também o pai de Gossrey. Segundo o seu testemunho ao JN, estava em casa quando ouviu a explosão. Avistou fumo e ouviu as sirenes dos bombeiros e correu de imediato em direcção ao aeródromo, pressentindo que seria o filho.
Luís Varandas, habitante do vizinho Bairro de Paramos, também ouviu "um enorme estrondo". "Nem queria acredira quando soube que era o Gossrey", acrescentou. A notícia do acidente correu célere e originou uma enorme e mórbida romaria ao local. Famílias inteiras, incluindo muitas crianças, entupiram os acessos ao aeródromo.
As condições de segurança no Aeródromo da Costa Verde são questionadas há vários anos . Recorde-se que a pista é atravessada por uma estrada que liga ao chamado bairro piscatório, junto à praia de Paramos.
"Os pilotos têm de ter cuidados redobrados, uma vez que a pista é atravessada por dezenas de automóveis e ciclistas, com desprezo pelas regras de segurança", denunciava José Serafim, dono de um ultraleve e associado do Aero Clube, numa reportagem do JN de Abril de 2003.
José Silva mora a 500 metros do local do acidente e já se habituou a viver paredes-meias com o perigo. "Isto é assim há muitos anos. O local é tão perigoso que as pessoas nem se apercebem dos aviões que constantemente aterram e levantam. É preciso um túnel subterrâneo, para substituir a estrada e evitar mais mortes".(«JN»)

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