quarta-feira, fevereiro 23, 2005

*Atenção que este homem nasceu em Ovar
Luís Filipe Menezes avança para a liderança do PSD
Candidato diz temer que o «amigo Marques Mendes esteja já rodeado de más companhias»

Luís Filipe Menezes vai avançar para a liderança do PSD e deverá formalizar ainda esta semana, em Lisboa, a sua disponibilidade para disputar no próximo congresso a presidência do partido. "É preciso renovar totalmente a direcção do partido", disse Luís Filipe Menezes, em declarações à RTP, onde avançou com o nome do ainda ministro António Mexia para a Câmara de Lisboa e de Marcelo Rebelo de Sousa para a Presidência da República. "O meu candidato preferido chama-se Marcelo Rebelo de Sousa, independentemente de considerar que Cavaco Silva e outros, por exemplo, Miguel Cadilhe, seriam também excelentes candidatos", declarou.
"Tenho ideias claras. Ainda não vi ninguém ter ideias claras para o partido", afirmou o presidente da Câmara de Gaia numa alusão a Marques Mendes que, logo na noite das eleições, abriu a porta à candidatura à liderança do partido, face ao "desastroso desfecho eleitoral das legislativas", sem, contudo, avançar aí com soluções para resolver a crise em que o partido mergulhou.
Mas este não foi o único remoque. Apesar de achar que Mendes "seria um líder digno do partido", Menezes considera que o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares "parece um líder de baronatos, uma espécie de albergue espanhol de pessoas de sinais contrários que só estão à procura do comboio do poder". "Temo que o meu amigo Marques Mendes esteja já rodeado de más companhias e depois tenha dificuldades em clarificar a sua posição", atirou.
O presidente da Câmara de Gaia defende a restituição do partido às bases, afirma que é preciso recentrar o PSD à esquerda e reclama "um debate aberto, sem tabus, sem que ninguém seja anatemizado e que, à partida, toda a gente seja julgada pela clareza das suas ideias". Anuncia que consigo na liderança do partido o secretário-geral será "uma mulher de grande prestígio", num sinal de renovação e de mudança" e afirma que deve haver clareza em relação a questões que fracturam a sociedade portuguesa como o aborto, a regionalização ou as autonomias regionais, comprometendo-se desde já a defendê-las no congresso, "sem problema de perda de identidade, ou de medo de dissenções". («Público»)

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