Cidade abriu portas à folia e espera 100 mil visitantes
Carnaval saiu mais cedo
Ontem, mais de 20 mil pessoas, de acordo com dados da organização, encheram as ruas da cidade para assistir ao desfile da chegada do Rei D. TGV, o Rapidinho, e da Rainha Dona OTA, a Despistada. O sol e uma pequena subida de temperatura também ajudaram à festa. Antes da passagem dos monarcas, pela qual se esperou mais de duas horas, a assistência pôde apreciar cerca de uma vintena de grupos carnavalescos.
Alguns aproveitaram para testar novos fatos e ensaiar passos para os corsos de dias 26 e 28, outros saíram à rua com piadas e brejeirices.
A Gripe dos Pitos, do grupo Axu-Mal, abriu o desfile e foi, de longe, a encenação mais aplaudida pelo público. Um conjunto de galinhas e galos, dançando ao som de uma apropriada música de Quim Barreiros, entravam em histeria para gáudio de quem apreciava o espectáculo. Seguia-se a intervenção de urgência pelos especialistas em desinfecção na Mesa Especial de Recolha e Desinfecção de Aves. Não chegou a haver vidas em risco, só risos incontidos.
CARNAVAL À BORLA
Ao longo das ruas da cidade, os espectadores riram, dançaram e foram tirando fotos, sempre que aparecia uma piada mais forte ou um grupo mais bem-disposto.
“Vim de Aveiro de propósito e estou a adorar”, contou ao CM Deolinda Pinheiro. “É tão bonito como o Carnaval e tem a vantagem de ser à borla.”
Muitos pais optaram por trazer as crianças ao desfile, vestindo-as já com os fatos carnavalescos. “O tempo está bom para trazer os mais pequenos”, disse Rui Viana, segurando pela mão um casal divertido: uma bruxa e um leão. “Não sabemos se vai estar assim agradável no Entrudo.”
As piadas individuais – que têm perdido terreno nos corsos principais para as Escolas de Samba e os grupos organizados – tiveram ontem o seu espaço de honra. E como ainda se acredita, mesmo fora de época, que no Carnaval, ninguém leva a mal, os foliões aproveitaram para criticar políticos e promessas, a corrupção no mundo do futebol e também a autarquia local. O chavão é conhecido e ainda dura: “Eles falam, falam, mas não fazem nada.”
PALAVRA REAL
Após o desfile, a abertura oficial da época de Carnaval foi dada com a entrega das chaves da cidade ao monarca, que assume “os destinos da plebe vareira”.
No tradicional discurso de posse, D. TGV manifestou-se preocupado com a “doença dos pitos” e outros aspectos da actualidade nacional. “Elas andam para aí a querer casar umas com as outras. Mas é má formação gastronómica dispensar o chouriço nacional.”
Com as festividades abertas, a cidade entra agora numa espiral de eventos até ao grande dia do Entrudo, esperando conquistar a preferência de mais de 100 mil visitantes. Concertos com Martinho da Vila (dia 18), Quim Barreiros (dia 23) e Boss AC (dia 26) são alguns dos aperitivos para o cartaz do Carnaval de Ovar. («Correio da Manhã»)
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