Carnaval está nos genes dos vareiros
Os festejos carnavalescos, em Ovar, “já fazem parte da marca genética da população”. Quem o diz é Rui Resende, de 71 anos, que há exactamente quatro décadas fundou um dos grupos mais antigos. Os “Levados do Diabo” ainda hoje fazem parte do corso e o futuro está assegurado.
“A verdade é que em Ovar os grupos quando começam é quase para sempre”, constatou o um dos três fundadores ainda vivos dos “Levados do Diabo” que só perdem em antiguidade para os “Condores”.
“Andam avós, filhos e netos. Isto vai passando de geração em geração”, explicou Rui Resende que vai cumprir a tradição e sair à rua domingo e terça-feira.
O desfile do carnaval de Ovar tem quase 55 anos. E nem a ditadura ousou impedir os mascarados de saírem à rua. “Em mais lugar nenhum deixavam a não ser aqui para dar uma ideia de democracia que não era. Não gostavam, mas tinha de ser”, contou o fundador dos “Levados do Diabo”.
O “amor à causa”, bem patente no voluntarismo dos grupos ao longo de muitos meses de preparação, é a alma do carnaval de Ovar que “está no sangue das pessoas”, disse Rui Resende que defende, contudo, a existência de uma estrutura organizativa como é o caso da Fundação do Carnaval. “Já não seria possível fazer tudo de outra forma”, referiu.
A sátira continua a ser uma das marcas do carnaval vareiro que este ano reservou o trono para D.TGV, O Rapidinho.
O corso é formado por 24 grupos, sendo quatro escolas de samba, num total de 2200 participantes.
A Fundação do Carnaval de Ovar vai gastar cerca de 500 mil euros. Mas espera a ajuda do S. Pedro para ter um bom retorno na bilheteira. (in «Noticias de Aveiro»)
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