terça-feira, setembro 12, 2006

Vai estar em Espinho
Chico Buarque volta a Portugal 13 anos
depois para apresentar "Carioca"


Após 13 anos de ausência dos palcos portugueses, Chico Buarque regressa a Portugal no final de Setembro para sete concertos, disse hoje à Lusa fonte da Música no Coração, empresa promotora da digressão.
A mini-digressão começa dia 28 no Casino de Espinho, prosseguindo, depois, no Coliseu do Porto (dias 30 e 31) e em Lisboa, onde realizará quatro concertos, nos dias 3, 4, 5 e 6 de Outubro, no Coliseu dos Recreios.
Depois de oito anos ausente dos palcos, o cantor e compositor vem a Portugal apresentar "Carioca", o seu último trabalho, que integra 12 canções inéditas, entre as quais "Imagina", uma homenagem ao amigo Tom Jobim, contando com a participação de Edu Lobo e Ivan Lins.
O concerto incluirá clássicos de toda a sua carreira de 40 anos.
Nascido no Rio de Janeiro em 1944, filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, Francisco (Chico) Buarque de Hollanda tornou-se inicialmente conhecido, no Brasil e em todo o mundo, na música, vindo a tornar-se, anos mais tarde, o artista dos seis ofícios, já que, além de cantor e compositor, ele é também actor, escritor, poeta e dramaturgo.
Com apenas nove anos, a viver em Itália, onde o pai dava aulas na Universidade de Roma, Chico Buarque mostrou pela primeira vez os seus dotes musicais compondo algumas marchas carnavalescas.
Aos 12 anos, e já no Brasil, Chico Buarque contava com as suas três irmãs mais novas para cantar operetas por ele compostas.
A primeira apresentação em concerto aconteceu no Colégio Santa Cruz em 1964, datando o primeiro disco de 1965, nele figurando os temas "Pedro Pedreiro" e "Um Sonho de Carnaval", que se tornaram grandes sucessos no Brasil.
Desde então, Chico Buarque não parou de compor, participar em festivais de música - nacionais e internacionais - e fazer a composição musical para espectáculos teatrais. Em 1969, descontente com os caminhos políticos e com a retaliação cultural imposta pela censura, decidiu exilar-se, por conta própria, em Itália.
O seu primeiro êxito internacional, "A Banda", data dessa época, tendo constituído sucesso em Itália na voz da cantora popular Mina.
Em 1970 voltou ao Brasil, gravou outro LP e retomou o protesto político nas canções agridoce que compôs, o que o tornou num alvo prioritário dos censores.
Dessa fase resultou "Construção", um dos seus discos mais conhecidos.
Nos anos setenta sucederam-se os concertos, discos e bandas sonoras para cinema e teatro, entre os quais "Vai Trabalhar Vagabundo", tema do filme homónimo de Hugo Carvana, e "O Que Será" para "Dona Flor e seus Dois Maridos", de Bruno Barreto.
Traduziu, adaptou e fez a composição para o musical infantil "Os Saltimbancos" e compôs a banda sonora do filme "Os Saltimbancos Trapalhões", de Renato Aragão.
Outros discos vieram, como "Francisco", "Para todos" e "Uma palavra", e, logo depois, Chico Buarque afastou-se dos palcos, mais uma vez, durante cinco anos.
Em 1998, lançou "As Cidades", outro marco na sua carreira, a que se seguiu o duplo "Chico ao Vivo".
Em 2001, editou o DVD "Chico e as Cidades", que contou com a participação de Maria Bethânia, Oscar Niemeyer, Tostão, Jamelão, Velha Guarda da Mangueira, Jaime Alem, Fernando Calazans e Nelcy Gomes.
Surgiu, depois, um novo CD, intitulado "Cambaio", com Edu Lobo, que viria a tornar-se novo momento marcante na sua carreira.
Em 2003, o cantor colocou no mercado um novo CD, com o sugestivo título de "Chico ou O País da Delicadeza Perdida", contendo 28 das suas composições mais conhecidas.

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