sexta-feira, abril 28, 2006

Eleições do PS repetidas em Ovar, Sever do Vouga, Aveiro e Feira
Armando França debaixo de fogo

Costa Amorim diz ter obtido «a prova» que a Comissão Organizadora do Congresso foi «parcial», a favor da candidatura de Afonso Canal, vencedor nas eleições para a presidência da federação distrital de Aveiro do PS.
Com o deferimento, pela Jurisdição distrital do PS ao recurso apresentado pela candidatura de Costa Amorim, e a repetição das eleições para delegados ao congresso distrital, em quatro secções, o ex-candidato volta e diz que o presidente do COC, Armando França, devia demitir-se e Afonso Candal não devia aceitar ganhar assim as eleições.
Segundo Costa Amorim, o COC teve um tratamento diferente perante as duas candidaturas.
As eleições para delegados serão repetidas em Aveiro, Ovar, Sever do Vouga e Santa Maria de Lamas.
Recorde-se que foi sem surpresa, Afonso Candal foi eleito, na sexta-feira à noite, presidente da Federação distrital de Aveiro do PS, sem confronto com outro candidato uma vez que Costa Amorim retirou a lista da corrida, mas prepara-se para atravessar um período que terá de gerir e tentar eliminar a má imagem que ficou no partido com a polémica campanha.
Aparentemente a polémica encerrou com Costa Amorim a desafiar o presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC) a demitir-se e a Afonso Candal a não ir a votos. Afonso Candal foi eleito mas a polémica instalada pela lista do deputado da Feira deixou um rasto de acusações graves e conheceu ontem este desenlace que não abona muito a favor de França. Na contagem dos votos, foram registados cerca de 1.400, «apesar de todos os acontecimentos de última hora», diz o novo presidente no site de campanha, de um universo distrital de 4.200.
Quanto à eleição para delegados ao Congresso Distrital, marcado para 6 de Maio, foram divididos entre 83 por cento de elementos afectos a Afonso Candal e 17 a Costa Amorim, segundo dados fornecidos pela candidatura vencedora. Os resultados carecem ainda de homologação final pela COC.
A candidatura de Amorim foi sempre de confronto aberto com a lista de Afonso Candal. Antes de colocar em causa a acção do COC, já Costa Amorim se referia à «intriga, as pequenas tácticas de conquista, a defesa de vantagens pessoais ou de pequenos círculos, que nada têm a ver com os reais problemas da qualidade de vida dos cidadãos». No dia anterior às eleições, soube-se da impugnação, por parte do COC, da lista de delegados ao congresso pela secção de Aveiro do PS, encabeçada por José Gonçalves, afecta a Costa Amorim e a seguir veio a desistência. Foi a partir daqui que a polémica estalou. «Só os fracos temem o confronto nas urnas, recorrendo aos golpes baixos e ao aviltamento burocrático da Democracia, dizia a candidatura desistente. A acusação a Afonso Candal foi directa. «Através da COC, de telefonemas intimidatórios, de boicote de listas e de outras práticas eticamente rastejantes, tem vindo reiterada e ignobilmente a tentar ganhar na secretaria, o que receava perder junto dos militantes».
O candidato falou em «processo viciado», «falta isenção e boa-fé», e Afonso Candal em «alegações falsas» e não acredita que se Costa Amorim estivesse no seu lugar recusava ir a votos e se este diz que foi uma vitória na secretaria, responde que Costa Amorim pode dizer «o que quiser».
Neste processo, há ainda a registar a falta de abertura das urnas nas secções de Caldas de S. Jorge, Lobão e Guizande, da concelhia da Feira.

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