Leitores desiludidos
Primeira Playboy indonésia saiu hoje sem nudez
O primeiro número da versão indonésia da revista Playboy saiu hoje para as bancas sem imagens de nudez explícita, o que desiludiu os leitores e manteve a contestação dos grupos islâmicos conservadores à publicação da revista erótica.
Por 39.000 rupias (cerca de 3,30 euros) é possível comprar a revista erótica, de periodicidade mensal, mas esta aparição muito controversa apresentou-se como um balde de água fria para os numerosos leitores do maior país muçulmano do mundo.
A revista não continha as esperadas fotos "picantes", condenadas antecipadamente pelos religiosos conservadores indonésios, e apresentava mulheres pouco despidas, no máximo em 'bikini', e sem poses lascivas.
"É vergonhoso ter uma Playboy sem nudez", queixou-se um leitor à rádio 68H de Jacarta.
"É um escândalo. Não há mulheres nuas nesta revista. Penso que fomos enganados", lamentou outro ouvinte.
A capa da primeira edição indonésia da Playboy exibia temas sérios, como uma entrevista a Pramoedya Ananta Toer, o mais célebre intelectual do país, e um artigo sobre a reconciliação com Timor- Leste.
Esta linha editorial, explicada pela pressão de numerosos grupos islâmicos, não acalmou, no entanto, os radicais muçulmanos.
"Playboy é sinónimo de pornografia. O próprio nome evoca um homem que gosta de brincar com as mulheres. Quem pode garantir que eles não publicarão nudez no futuro?", declarou à AFP Muhammad Rizieq Shihab, líder da Frente dos Defensores do Islão (FPI).
Durante os últimos meses, a FPI e outras organizações muçulmanas conduziram uma campanha contra a Playboy, com o apoio tácito do presidente Susilo Bambang Yudhoyono.
Mesmo que o Islão praticado na Indonésia seja, na sua grande maioria, considerado tolerante, a imprensa indonésia - apenas recentemente emancipada - é ameaçada de censura e move-se dentro de certos limites.
Sem comentários:
Enviar um comentário