Cuidados Continuados: Nova Rede cria 49 mil
novos postos de trabalho até 2016
O projecto de Cuidados Continuados em Saúde, para apoiar doentes crónicos e dependentes, vai criar 49 mil novos postos de trabalho e implica um "custo adicional total de 300 milhões de euros", revelou ontem o ministro da Saúde.
António Correia de Campos, que conjuntamente com o Primeiro-Ministro, José Sócrates, e o ministro do Trabalho e Solidariedade Social, Vieira da Silva, apresentou hoje publicamente o projecto, manifestou também a intenção de que 30 por cento dos seus objectivos sejam concretizados nos próximos três anos.
Aprovada em Conselho de Ministros a 16 de Março, a Rede de Cuidados Continuados em Saúde e Apoio Social integra o Hospital Francisco Zagalo de Ovar e destina-se a prestar cuidados de convalescença, recuperação e reintegração a doentes crónicos e pessoas com dependência, privilegiando o atendimento domiciliário.
Quando tal não for possível, a Rede prevê a criação de três tipos de unidades de internamento, estruturadas de acordo com a duração do mesmo.
O Governo estima que todo o projecto esteja concluído até 2016 e, além dos serviços públicos, quer envolver os sectores social e privado na sua concret ização.
Aos jornalistas, após a cerimónia de apresentação da Rede, em Lisboa, o ministro da Saúde pormenorizou que no primeiro ano de funcionamento está previsto um custo adicional de 30 milhões de euros.
O financiamento do projecto, adiantou, provém dos jogos sociais e será dividido entre os ministérios da Saúde, Trabalho e Solidariedade Social.
De acordo com informação disponibilizada aos jornalistas, as unidades de convalescença e de Dia serão financiadas a 100 por cento pelo Ministério da Sa úde, que apoia ainda em 70 por cento as unidades de internamento de média duraçã o e em 20 por cento as destinadas a longos períodos de internamento.
Ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social cabe o co-financiam ento destas duas últimas unidades em 30 e 80 por cento, respectivamente, sendo da sua única responsabilidade o apoio ao centro de dia.
Os primeiros passos para a concretização deste projecto, e conforme realçou o Primeiro-Ministro aos jornalistas, vão começar a ser notados a curto prazo no aumento das camas hospitalares destinadas a este tipo de pacientes, no aume nto das equipas de centros de saúde que prestam apoio domiciliário e numa maior ligação entre os hospitais e as instituições de apoio social, como lares e centros de dia.
Para daqui a dez anos, as metas estabelecidas passam por, entre outras, a existência de 50 equipas domiciliárias de suporte em cuidados paliativos (para doentes terminais) - hoje existem três -, equipas de gestão de altas em cada u m dos 90 hospitais públicos e 2.782 camas de convalescença, mas 2.700 do que as que existem.
Segundo os números citados pela secretária de Estado Adjunta do ministro da Saúde, Carmen Pignatelli, na sua intervenção, estimava-se que existissem em Portugal, há dois anos, 163 mil pessoas com mais de 65 anos com patologias múltiplas e situações de dependência e mais de 16 mil doentes terminais.
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