Rede de Cuidados Continuados
A revista GH, n.º 17 de Maio 2006, insere uma interessante entrevista com a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta de Sousa:
GH – Como vê a proposta da Rede de Cuidados Continuados (RCCI)?
MAS – É uma exigência nacional. É mesmo uma emergência. Nós temos, neste País, uma dificuldade objectiva de garantir interfaces entre os cuidados que necessitam de grandes recursos tecnológicos e os que necessitam menos. Tenho algumas reservas sobre a sua implementação.
GH – Porquê?
MAS – Estamos a falar de uma rede que obriga a que se reequacione, se redimensione os próprios hospitais e valências existentes e se valorize outra valência. Isto não é fácil. É dizer que o Hospital de Santa Maria em vez de ter X camas com X valências diminui essas camas para ter outro tipo de valência que é o suporte necessário aos cuidados continuados. Há quadros mentais, profissionais e estruturais…
GH – De que área profissional?
MAS – Todas as áreas profissionais vão ter de se adoptar a uma nova filosofia de cuidados. Mas é bom termos a noção de que a maioria dos cuidados hospitalares estão fortemente condicionados pela organização dos cuidados médicos.
E há outra vertente. Muitas das misericórdias deste País apetrecharam-se para cuidados altamente tecnológicos – montaram blocos operatórios – isto são cuidados continuados?
(Com a devida vénia ao «Saúde, SA» e Marina Caldas, autora da entrevista)
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