Famílias desesperam por casa
nova que deverá surgir até 2010
A "casa" é feita de tábuas de contraplacado, plástico ondulado, chapas de zinco e restos de entulho de obras, mas Arménio e Clara Maciel vêem-na como um palácio. Sabem que é uma casa pobre, mas é a sua casa, onde vivem modestamente na companhia de três filhos, onde já se viveu pior do que hoje, onde se chegou a fazer as necessidades num balde de lata. Mas, muito trabalho e vontade de viver condignamente fê-los transformar o que não passava de "um buraco" naquilo que é hoje, uma casa. É, por isso, com um enorme orgulho que mostram as várias divisões da habitação onde não chove em parte alguma e que até tem fogão de sala, quarto de costura e onde não falta sequer um quarto de hóspedes. Quanto à luz e água, têm-nas graças à partilha de vizinhos.
A casa de Arménio e Clara Maciel é apenas uma das muitas que constituem o Bairro de S. José, em Ovar, onde muitas famílias vivem em condições em que a maioria das pessoas não suportaria viver durante 24 horas, quanto mais uma vida inteira. Casos há de famílias que, ao contrário dos Maciel, se resignaram à pobreza e não têm sequer casa de banho.
O cenário poderá, no entanto, mudar dentro em breve, pelo menos para 20 daquelas famílias. É que a Câmara Municipal de Ovar assinou um acordo de colaboração com o Instituto Nacional de Habitação para a construção de 252 fogos, até 2010, 20 das quais já estão a ser construídas no lugar do antigo matadouro e destinar-se-ão a moradores daquele bairro.(«JN»)
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