quinta-feira, janeiro 18, 2007

Hospital de Ovar
Pinto Ribeiro é o novo director

De acordo com o que diz, esta manhã, Álvaro Santos, no seu Blog, tomo hoje posse o novo director do Hospital de Ovar. Tal como ele diz, «novo, não. Velho, porque a escolha do Governo do Partido Socialista acabou por recair em Pinto Ribeiro, que já tinha ocupada idênticas funções há três anos atrás».
O presidente da Concelhia do PSD de Ovar não poupa críticas à escolha e entre outros «mimos», recorda que Pinto Ribeiro ficou «intimamente associado ao encerramento da Maternidade, em 1999, não tendo registado investimentos e melhorias significativas no Hospital de Ovar».
O líder «laranja» tenta atirar para cima do cirurgião as culpas do fecho do bloco de partos. Álvaro Santos faz uma oposição inteligente, é um excelente vereador na Câmara Municipal de Ovar, e dará, seguramente, um dia, um excelente presidente da Câmara Municipal de Ovar, mas às vezes esquece-se que deste processo do Hospital de Ovar, nenhum dos dois partidos que têm alternado o poder em Portugal sai com as «mãos limpas».
Na ânsia de defender as suas cores, o que é legítimo, Álvaro esqueceu-se que após o encerramento da Maternidade, e em plena campanha para as legislativas de Março de 2002, o PSD prometeu o regresso da Maternidade, caso vencesse as eleições. Como se sabe, o PSD ganhou e a maternidade não veio. Já se sabe que, em época de campanha eleitoral, muito se promete e depois é difícil tudo cumprir. Mas a sensação que ficou, na altura, foi que o PSD, após apanhar-se no poder, aproveitou o jeito que deu ter sido os socialistas a tomarem a difícil decisão e nada fez para a reverter.

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu Caro Alvi-Negro:

Agradeço os elogios que me fez e que só pecam, seguramente, por excesso!
Agradeço também a oportunidade de esclarecer(mais uma vez) este mau entendido.

1. O Dr. Luis Marques Mendes (na época cabeça de lista dos candidatos a deputados pelo cículo de Aveiro) prometeu reabrir a maternidade (que tinha encerrado em Abril de 1999) em plena campanha para as legislativas de 1999 e não de 2002, como fez referência. Recordo que estas eleições foram a 10 de Outubro de 1999 e o seu venceu foi o Eng.º António Guterres e, portanto, a promessa não foi cumprida porque o PSD não logrou ganhar essas eleições. Mais esta promessa foi feita num jantar-comício na Quinta de Jusã, em Válega, na presenças de centenas de pessoas e vários jornalistas. Repito, essa promessa foi feita em 1999 e não em 2002, como por lapso é referido.

2. Eu sei que muitas vezes em política aquilo que hoje é verdade, amanhã é mentira, mas eu não me pauto por esses princípios e valores. Gosto da verdade, da transparência e da frontalidade. Acredite que se fosse o caso, não teria problema de espécie alguma em o reconhecer publicamente. Mas, e perdoa-me a ousadia, neste caso, estou certo de que a razão está o meu lado.

3. Porém, dir-me-á, o PSD perdeu em 1999, mas venceu as eleições legislativas de 2002, depois na demissão do Primeiro-Ministro António Guterres. Pois bem, isso é verdade, mas também é verdade que o PSD não prometeu reabrir a maternidade se vencesse as eleições em 2002, até porque o Serviço da Maternidade (3 anos depois) já estava "desmantelado", inclusivé o seu responsável clínico já se tinha transferido para os quadros do Hospital de Santa Maria da Feira. Em suma, em 2002 o PSD não prometeu reabrir a maternidade.

Este texto já vai longo, mas eu não ficaria bem com a minha consciência se não tentasse repor a verdade dos factos.

Repito, independentemente das ideias e ideais políticos de cada um, e que respeito, eu pauto-me por princípios de verdade, de transparência e de frontalidade. E, quando acho que tenho razão, luto até ao fim.

Julgo ser este o caso e espero ter contribuído para esclarecer e não para confundir ninguém.

Bem haja, Alvi-Negro, e disponha deste seu amigo.

Álvaro Santos

Alvi-Negro disse...

Caro Álvaro,

agradeço o cuidado que teve em debruçar-se sobre esta questão.
E como até eu fiquei na dúvida, fui pesquisar nos arquivos do semanário «Jornal de Ovar».
Na verdade, não estive no jantar que refere, mas estive num almoço em Ovar com o Dr. Luís Marques Mendes, em Março de 2002, nas vésperas das eleições legislativas desse ano, de que resultaria vencedor o PSD.
O «Jornal de Ovar», na sua edição n.º 627, do dia 14 de Março de 2002, na página 3, faz a ele referência e sobre o Hospital diz: "O candidato [Marques Mendes] manifesta, todavia, disponibilidade para
lutar para evitar que o Hospital de Ovar perca mais valências". Sobre a maternidade, o artigo cita outra vez o candidato: "A única coisa que posso prometer é analisar tecnicamente
a situação", já que em sua opinião, uma coisa era evitar o encerramento
e agora que ela está fechada, a estratégia deverá passar por uma
análise técnica, no sentido de verificar se é possível repor a maternidade».
"Só posso prometer lutar pela reabertura do processo, não posso
garantir mais do que isso, Por mim, nunca seria fechada"

Concordará certamente que uma confusão advirá certamente do facto de ser difícil distinguir entre uma promessa de reposição da valência da Maternidade e uma promessa de se lutar pela reabertura do processo que teria por objectivo repôr o bloco de partos.
E sendo o PSD poder, seria mais de meio caminho andado...
É certo que o Governo PSD não deixou encerrar nenhuma valência e investiu em equipamentos e isso já foi uma vitória para as populações de Ovar.
Mas será que houve mesmo uma luta empenhada pela reabertura do processo da Maternidade?

Álvaro, queira desculpar a petulância e não pense por causa disto que me move qualquer tipo de antagonismo em relação ao PSD, pois não seria verdade. Aliás, este blog nem tinha que ser equidistante ou isento, mas desde o seu início que tenta sê-lo e julgo que ninguém pode afirmar que apoie o partido A ou B.
A convicção é que os partidos que estiveram no poder poderiam ter feito mais quer para evitar o fecho quer para repor serviços.

Cordialmente,
aLVi-negro