sábado, dezembro 16, 2006

Inquérito interno está há dois anos parado
Refer silencia caso de corrupção
com empreiteiro na linha do Douro


Uma empresa à qual a Refer adjudicou trabalhos de emergência na linha do Douro apresentou-lhe uma factura de 387 mil euros referente a uma obra na qual só pontualmente participou, mas onde inflacionou a quantidade de horas das máquinas e da mão-de-obra de tal forma que os dias teriam de ter mais de 24 horas para que tais números correspondessem à verdade.
A Refer tem conhecimento do assunto e diz que instalou um inquérito que está há dois anos parado. O caso aconteceu em Dezembro de 2000, quando um desabamento de terras ao quilómetro 85 da linha do Douro, perto da estação de Ermidas (concelho de Mesão Frio), provocou um descarrilamento do qual resultaria a morte do maquinista do comboio.
A Refer avançou de imediato com trabalhos de emergência para desimpedir a linha, dando luz verde a dois empreiteiros que estavam a trabalhar nas imediações para iniciarem a remoção de rochas caídas na via férrea.
A linha é reaberta à circulação alguns dias depois, mas os trabalhos decorrem entre 16 e 31 de Dezembro para consolidar as barreiras e evitar novos desabamentos.
Em Abril de 2001 a Sociedade de Empreitadas Ferroviárias (SEF), que é um dos principais empreiteiros da Refer na região norte, apresenta a factura n.º 30/2001, no valor de 386.909 euros referente a "serviços prestados resultantes das intempéries do ano 2000 na linha do Douro aos km 85,100 na zona do acidente de Ermidas conforme requisição de serviços em anexo".
A referida requisição discrimina um conjunto de equipamentos - giratória, camião, compressor, auto betoneira, retro-escavadora - que terão trabalhado ininterruptamente entre 500 a 800 horas. («Público»)

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