quinta-feira, março 15, 2007
Museu do Azulejo vai criar rede
de estudos de azulejaria e cerâmica
O Museu Nacional do Azulejo vai criar uma rede de estudos de azulejaria e cerâmica, indo ao encontro de um desejo do seu fundador, João Miguel dos Santos Simões, cujo centenário de nascimento será assinalado em Julho.
O director do Museu Nacional do Azulejo (MNA), Paulo Henriques, disse à Lusa que "a ideia de Santos Simões era um centro de estudos, que no quadro legal implica a existência de três catedráticos e é uma estrutura mais pesada".
"Optámos por uma estrutura mais flexível e também mais operacional, potencializada a partir do Museu, incluindo outras parcerias, nomeadamente museus congéneres ou universidades", disse.
Esta rede, com projecto já entregue no Instituto Português de Museus, visa aprofundar os estudos na área da história de arte, da componente técnica, da museologia, conservação e restauro, e da formação de colecções, explicou o responsável à Lusa.
O director do MNA gostaria de ver juntar-se a esta rede "museus com uma forte componente de azulejaria e cerâmica, universidades e institutos de arte".
A rede terá uma vocação internacional e será "um núcleo agregador de várias instituições interessadas num melhor conhecimento e divulgação das artes da azulejaria e da cerâmica".
Relativamente ao centenário do nascimento de João Miguel dos Santos Simões, o actual director informou que será organizada uma exposição e se fará a entrega solene de todo o seu espólio e biblioteca, pela família, ao Museu.
"Santos Simões é uma figura central na história do estudo do azulejo, investigador de craveira internacional, e a entrega do seu espólio ao Museu é um acto significativo", realçou Paulo Henriques.
O espólio do que foi primeiro director do Museu Nacional do Azulejo será disponibilizado para consulta e "permitirá pistas de investigação".
Sexta-feira, o MNA inaugura uma exposição de Manuel Cargaleiro que festeja 80 anos, e também uma de Françoise Schein, autora do revestimento de azulejos da estação de metropolitano do Parque, em Lisboa.
De Cargaleiro serão apresentados sete painéis de cerâmica vidrada, que são propostas para arquitectura, executados o ano passado em Vietri Sul Mare (Sul de Itália), onde o artista tem um museu e trabalha.
A exposição de Schein intitula-se "De Lisboa para o mundo", e é constituída pelos 44 projectos/maquetas da artista para a realização do revestimento da estação do Parque.
Estará patente também um painel de azulejos e será exibido um vídeo sobre os trabalhos realizados naquela estação.
Em 1960, João Miguel dos Santos Simões foi encarregue de organizar uma exposição permanente, dedicada exclusivamente ao azulejo, no Convento da Madre de Deus.
Em 1970, abriu ao público uma exposição permanente de azulejos, como secção do Museu Nacional de Arte Antiga, instalado nas dependências confinantes com o Claustro de D. João III, constituindo a génese do actual Museu Nacional do Azulejo, que abriu portas enquanto tal em 1980.
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