Pirata
Nas raízes já longas da infância breve
intuí as ondas do mar em que me banhava,
conspirando na pueril vontade que se atreve
a embrenhar-se na imaginação que navegava,
solto na abnegação da tácita conquista
sulcando os oceanos da cândida aventura,
persistente nas rotas da líquida pista,
no encalço de tesouros em viril procura.
A idade esqueceu as ilhas em que ancorei,
qual tempestade que a ilusão maltrata.
Conservo os mapas da nostalgia que guardei,
adulto sedento da ingenuidade em que fui pirata!
Ovar, 31 de Janeiro de 2007
(in «Sem Quorum»)
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