Orla costeira Ovar-Marinha Grande
é a que apresenta mais erosão
A orla costeira entre Ovar e a Marinha Grande é a que apresenta mais problemas de erosão em toda a costa portuguesa, afirmou hoje uma responsável do Ministério do Ambiente numa avaliação sobre os Planos de Ordenamento da Orla Costeira.
"Este é o troço de costa com maiores problemas de erosão. Trata- se de um território geologicamente frágil, sujeito a grande força de mar e caracterizado por uma grande pressão demográfica que envolve elevado risco para pessoas e bens", disse Maria João Pinto, assessora do secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, num seminário sobre gestão de zonas costeiras.
Quase metade do investimento previsto nos nove planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) tem sido canalizado para obras de defesa costeira (cerca de 47 dos cem milhões de euros já investidos).
No POOC Caminha-Espinho, por exemplo, a defesa costeira absorveu 7,6 dos 14 milhões de euros investidos até Dezembro de 2005, enquanto no POOC Ovar-Marinha Grande foram investidos neste tipo de obras mais de 16 dos 20 milhões de euros aplicados no mesmo período.
Entre Alcobaça e Mafra, a defesa costeira custou 6,2 milhões de euros (para um total de 16,1 milhões) e na orla Sintra-Sado o investimento de 9,3 milhões de euros em obras deste género corresponde à quase totalidade da verba gasta (9,5 milhões), tal como na orla Vilamoura-Vila Real de Santo António (1,7 milhões num total de 1,9).
As intervenções previstas nos POOC têm sido executadas pelo Instituto da Água (INAG), Instituto de Conservação da Natureza (ICN) e comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e destinam-se a obras de defesa costeira, planos de intervenção e requalificação das praias, como por exemplo construção ou remodelação de apoios de praia e outros equipamentos.
Os POOC prevêem também demolições de construções no domínio público marítimo, como é o caso da orla entre Caminha e Espinho, onde vão ser demolidos 238 edifícios.
Entre Ovar e Marinha Grande existem 585 construções, mas está ainda por definir quantas se vão manter e quantas serão demolidas.
O POOC Vilamoura-Vila Real de Santo António prevê também um número indeterminado de demolições nas ilhas-barreira do Algarve.
No total, o investimento para a aplicação dos POOC, que têm um prazo de execução de uma década, deverá atingir 500 milhões de euros.
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