Esmoriz
61.º Concurso Nacional de Ornitologia
em risco por causa da gripe aviária
O cancelamento dos concursos e exposições de aves está a acontecer por precaução, porque os criadores estão convencidos que é pouco provável que as aves de cativeiro venham a contrair a doença.
Em Esmoriz, Ovar,o presidente do Clube Ornitológico local, Adriano Rodrigues, mostra-se cauteloso quando fala da realização do 61.º Concurso Nacional de Ornitologia que está marcado para decorrer na cidade da Barrinha. O responsável pela organização está a tratar de tudo e prevê investir mais de seis mil euros para que nada falhe nos dias 8, 9, 10 e 11 de Dezembro. «Se formos obrigado a cancelar, vamos ter um grande prejuízo», observa.
O certame está marcado para o Pavilhão do Esmoriz Ginásio Clube e deverá reunir cerca de meia centena de criadores e oito mil aves. Uma altura que devia ser de festa por coincidir com a data da passagem das Bodas de Prata da colectividade organizadora está a gerar alguma preocupação. «Espero que naquela altura já estejamos de volta à normalidade», diz Adriano Rodrigues.
De qualquer maneira, este criador aponta que se tratam apenas de medidas preventivas. «Não há qualquer possibilidade das nossas aves terem o vírus H5N1, porque não tiveram qualquer contacto com aves vindas de fora», assegurou minutos antes de se reunir com o veterinário municipal de Ovar para se inteirar das últimas directrizes emanadas da Direcção Geral de Veterinária.
No que concerne àquilo que lhe tem sido dado ver, «as pessoas ligadas à ornitologia não têm medo da doença», mas não esconde a existência de algum receio generalizado, «que se pode vir a reflectir nas vendas dos pássaros».
Os criadores de aves de cativeiro da região de Aveiro estão, pois, a acompanhar a crise despoletada pela gripe das aves mas não entram em alarmismos, esforçando-se por esclarecer que é inexistente o contacto entre as aves que criam e as selvagens, potencialmente portadoras do vírus do H5N1.
«Os nossos pássaros são todos criados em cativeiro, seguimos a sua evolução, de pais para filhos», confirma Manuel Soares, vice-presidente da Associação Ornitófila de Aveiro, acrescentando que «são bem tratados, bem acondicionados, não havendo qualquer possibilidade de contacto com aves selvagens ou de capoeira».
Manuel Soares também só demonstra alguma apreensão quando aborda a questão dos pintassilgos, por se tratarem de aves migratórias «que viajam desde a Sibéria até ao nosso país», observa. Os pintassilgos, adiantou, «são muito capturados nesta altura do ano para acasalar com canários, por exemplo, e se não houver controle pode ser problemático».
O mais curioso é que o negócio não tem sido afectado, pelo menos no que concerne ao criador aveirense. Conforme afiançou, «continuamos a receber encomendas de aves, porque as pessoas sabem que tratamos bem delas, não havendo a menor possibilidade de contacto com as que podem ser portadoras da doença». O criador recorda que, «ao contrário do que as pessoas possam pensar, há controlo sobre as aves criadas em cativeiro».(in «DA»)
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