sábado, novembro 19, 2005

Maceda
Deficiprodut é exemplo na inserção
de deficientes na vida activa


Apesar de todos os prémios e incentivos que recebeu, a verdade é que, no início, poucos acreditaram no sucesso. No entanto, após quase uma década de actividade, a Deficiprodut - Artesanato, Produção e Comércio por Deficientes, Lda. tornou-se uma referência nacional única de inserção de deficientes na vida activa.
Foi há 9 anos que a empresa abriu as portas numa antiga oficina de reparação de automóveis, na freguesia de Maceda, concelho de Ovar. Desde então, o negócio não parou de crescer.
O gerente, Aristides Santos, de 44 anos, vítima de paralisia infantil, tem encontrado sempre forma de ultrapassar os obstáculos da vida. Por isso, decidiu também ajudar outros cidadãos com necessidades especiais.
Formado em economia, deixou a comodidade de um gabinete de contabilidade para aceitar o desafio, abrindo portas à inserção profissional de deficientes que ajudou a tornar operários especializados.
“Foi quase uma brincadeira. O meu pai, entretanto falecido, disse-me que eu poderia montar uma empresa para trabalhar e ocupar outros deficientes. Avançamos com a ideia. O primeiro artigo foi um porta-chaves em couro com a imagem de uma cadeira de rodas”, contou Aristides Santos.
Os primeiros passos foram dados “devagarinho”. Actualmente, a empresa está bem instalada no mercado e bate-se com a concorrência “pela qualidade” das peças de marroquinaria que produz.
A expansão das actividades conheceu, recentemente, um novo passo, com a criação de uma segunda empresa mais vocacionada para as vendas.
A Deficiprodut começou com apenas três trabalhadores (todos deficientes motores), um martelo, uma lata de cola e alguns retalhos de pele. Hoje possui 36 colaboradores “e vai entrar mais gente”, segundo referiu o gerente. São na sua esmagadora maioria cidadãos com algum tipo de deficiência física ou até mental que apenas não fazem certos trabalhos muito especializados.
“Nós somos uma empresa como outra qualquer, pagamos os nossos impostos e temos as mesmas regalias que qualquer um pode ter se quiser”, disse Aristides Santos. (ler mais em «Aveiroempreendedor»)

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