quinta-feira, outubro 19, 2006

Ministro da Saúde estima em 9 milhões
de euros receita com novas taxas


O ministro da Saúde, Correia de Campos, afirmou hoje que o aumento das taxas de internamento e para cirurgias ambulatórias terá um impacto financeiro de cerca de nove milhões de euros no próximo ano.
Na reunião com o Grupo Parlamentar do PS - e confrontado com alguma insatisfação entre os socialistas -, Correia de Campos procurou reforçar a ideia de que a sua linha "visa garantir a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde" .
de acordo com fonte da bancada socialista, o titular da pasta da Saúde foi incisivo quando lembrou aos deputados que jurou cumprir a Constituição da República.
"Jurei a Constituição da República e não estou disponível para governar de acordo com outra lógica. Vou governar o Serviço Nacional de Saúde de acordo com a Constituição", disse, citado por deputados socialistas.
Perante os deputados do PS, Correia de Campos afirmou que o Serviço Nacional de Saúde estaria a prazo em causa com a acumulação de défices e garantiu também que a reorganização das urgências hospitalares será feita pelo Governo em diálogo e recolhendo os contributos do Parlamento, das autarquias e de entidades relacionadas com a reforma.
"O Governo vai adoptar uma atitude de permanente debate", declarou Correia de Campos aos jornalistas no final de uma reunião em que surpreendeu os jornalistas por ter entrado 30 minutos antes da hora prevista.
Depois, Correia de Campos esteve em debate com os deputados do PS cerca de três horas.
Durante a reunião, vários deputados socialistas, como Teresa Portugal, Marques Júnior, Victor Baptista, Vítor Ramalho e Nelson Baltazar, manifestaram dúvidas sobre a decisão do Governo de aumentar as taxas moderadoras e sobre a reorganização dos serviços de urgência hospitalares.
Em termos globais, este conjunto de deputados manifestou-se apreensivo com o impacto social de medidas como o fim de alguns serviços de urgência, ou o aumento das taxas de internamento.
Correia de Campos respondeu que o período de discussão pública do plano de reorganização das urgências será prolongado por mais 15 dias e adiantou que os contributos dados pelos deputados "serão analisados".
O ministro da Saúde sublinhou também "a importância" de uma reunião promovida pela Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), "em que estiveram presentes mais de 30 autarcas".
"A reforma tem problemas", disse, adiantando, no entanto, estar disponível para acolher "contributos".
Confrontado com a recusa do Governo Regional dos Açores de aplicar o aumento das taxas moderadoras, Correia de Campos sublinhou que o executivo liderad o pelo socialista Carlos César "tem autonomia ao nível da organização dos respec tivos sistemas de saúde".
Com aplicação das novas taxas moderadoras, "estão isentados de qualquer pagamento 55 por cento dos cidadãos", sustentou o membro do Governo.
"Estive numa reunião com o Grupo Parlamentar do PS em que houve uma grande riqueza de comentários e em que houve críticas, que foram debatidas. Somos um partido aberto", declarou.

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