México
Resgatados vivos três pescadores
perdidos nove meses no mar
Três pescadores mexicanos que andaram nove meses à deriva, no Oceano Pacífico, foram resgatados sãos e salvos, a 09 de Agosto, por pescadores taiwaneses de atum, anunciou, hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do México.
Os pescadores eram cinco quando, em Outubro, saíram do porto de San Blas, numa embarcação de pesca de tubarões, que ficou sem combustível e foi arrastada pelo vento.
Dois pescadores morreram, provavelmente entre Janeiro e Fevereiro, e os companheiros atiraram os seus corpos ao mar, disse, em conferência de imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Ernesto Derbez.
Enquanto as correntes marítimas arrastavam a embarcação para Oeste, os pescadores alimentavam-se do peixe cru que pescavam e bebiam água das chuvas.
Os sobreviventes foram identificados como Jesús Eduardo Vidaña, Lucio Rendón e Salvador Ordóñez.
Vidaña ignora que, durante a sua ausência, foi pai de uma menina, agora com quatro meses, e a mulher pediu que nada lhe fosse dito para lhe fazer uma surpresa, quando ele chegar a casa.
Os pescadores falecidos eram conhecidos por Juan David e El Farsero.
Os sobreviventes foram resgatados perto das Ilhas Marshall, onde deverão chegar a 21 de Agosto, segundo comunicação da embarcação taiwanesa.
Um funcionário da representação diplomática do México na Nova Zelândia viajou já para as Ilhas Marshall, para receber os resgatados e tratar dos seus cuidados médicos e repatriação.
O Ministério disse desconhecer se os pescadores se dedicavam a alguma actividade ilícita, como a pesca ilegal do tubarão, como especula a imprensa mexicana.
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Luis Ernesto Derbez, comentou que as autoridades mexicanas foram surpreendidas pelo salvamento dos pescadores «porque não havia qualquer notícia sobre o seu desaparecimento».
Adiantou que os três pescadores estão «fisicamente bem» embora magros e esfomeados.
As Ilhas Marshall ficam a 8.800 quilómetros da costa mexicana no Pacífico.
Uma das explicações para a ausência de notícias sobre o desaparecimento pode ser o facto de se tratar de uma pequena embarcação, com cerca de oito metros de comprimento, pelo que não precisa de comunicar formalmente a sua saída para o mar às autoridades portuárias.
A Conferência Episcopal do México descreveu já os sobreviventes como um exemplo de fé: «Devíamos seguir o exemplo destes três pescadores, que fizeram da oração a fonte da sua força», diz uma nota episcopal.
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