quinta-feira, outubro 28, 2004

Contacto «enterrou» Menina Júlia

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Transbordou num mar de emoções a última apresentação da «Menina Júlia», peça que a Contacto (Companhia de Teatro Água Corrente de Ovar) apresentou no último ano e que antecede a estreia de «A Casa de Bernarda Alba», de Frederico Garcia Lorca, que deverá acontecer no próximo dia 27 de Novembro, no âmbito do XI Festovar.
A sala da Contacto, no número 239 da rua Dr. José Falcão, encheu para assistir, pela última vez, à versão de «Menina Júlia» protagonizada pelos actores Andreia Lopes, Miguel Duarte e Liliana Rocha, do original de Augusto Strindberg.
O desempenho suave e consistente do trio de actores amadores na noite do passado sábado ficaria marcado pela despedida de Liliana Rocha, que abandona a companhia que a viu despontar para o teatro para seguir estudos superiores igualmente ligados às artes do palco. Após a ovação final, foi com incontida emoção que o presidente da direcção da Contacto, António Alberto, se despediu da jovem e promissora actriz. «Foi aqui que ela nasceu para o teatro, cresceu e se fez mulher», recordou, para a acrescentar que «é com muita pena que a vemos partir, mas ela sabe que terá sempre as portas desta casa abertas». Depois dos pais terem também subido ao palco, apanhando a própria homenageada de surpresa, Manuel Ramos Costa, encenador da companhia vareira, agradeceu igualmente o empenho de sempre da actriz e desejou-lhe felicidades para o futuro. O que o encenador principal da Contacto não previra aconteceu a seguir. António Alberto chamou ao palco todos os elementos «Contacto», desde a direcção da colectividade aos actores. Em mais um momento fora do programa, quem dá vida à companhia de teatro amador ovarense decidiu prestar uma homenagem ao encenador de sempre da Contacto: Manuel Ramos Costa. «A despedida da “Menina Júlia” pareceu-nos ser o momento ideal para demonstrar o quanto estamos agradecidos pelo trabalho que ele tem vindo a desempenhar», salientou António Alberto. Ramos Costa não escondeu a emoção e quando lhe ofereceram uma moldura com a sua fotografia, sob um poema tecido com os títulos de todas as peças encenadas até hoje, não segurou as lágrimas. «Quando apresentamos uma peça pela última vez, é como se nos despedíssemos de um filho», explicou Manuel Ramos Costa, «é por isso que é tão emocionante». O Festovar – XI Festival de Teatro de Ovar, segue dentro de momentos.

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