Fátima Ramalho, candidata dos Independentes Pelo Concelho, à CMO:
«Queremos ser a voz das freguesias na Câmara»
Como avalia o trabalho da Câmara nos quatro últimos anos?
A nossa avaliação coincide com a avaliação de grande parte da população. Se não vejamos o slogan de campanha do PS, o qual refere “fazer mais e melhor”. Sendo assim e se dois dos candidatos da lista do PS fazem parte do executivo actual, são eles próprios que afirmam “fazer mais” porque consideram que fizeram pouco e “melhor” porque fizeram pior.
Em nosso entender, a gestão financeira da Câmara Municipal de Ovar tem primado pela falta de rigor e desequilíbrio orçamental, uma vez que as despesas correntes são, de longe, superiores às despesas de capital, verificando-se por isso, taxas de execução orçamental demasiado baixas. Paralelamente, verifica-se que o endividamento tem vindo a crescer de forma abrupta, com maior incidência a partir do ano de 2001. Com este tipo de gestão não será possível, de forma alguma, satisfazer as necessidades e interesses da população.
Qual a qualidade do trabalho da oposição durante o actual mandato?
Na nossa opinião o trabalho da oposição durante o actual mandato teve pouca ou quase nenhuma visibilidade. Não foram apresentadas propostas concretas e objectivas em qualquer das áreas de intervenção da gestão autárquica, capazes de promover e potenciar o desenvolvimento do concelho.
Para provar o que afirmamos basta consultar as actas do executivo e da Assembleia Municipal, as quais demonstram uma quase total concordância com a maioria.
Quais as principais propostas que irá defender para o próximo mandato?As principais propostas a defender irão incidir nos seguintes eixos de intervenção: Na gestão municipal, a diminuição das despesas correntes, de forma a permitir maiores investimentos; descentralização e modernização de serviços, garantindo uma maior eficácia e rapidez; delegação de competências nas Juntas de Freguesia. No planeamento, defendemos uma maior divulgação pública da revisão do PDM, no sentido de conduzir a uma maior participação dos cidadãos e das Juntas de Freguesia; conclusão e efectivação dos planos de pormenor em curso. No Ambiente/Salubridade/Urbanismo, destaco a despoluição e valorização da Ria de Aveiro e Barrinha de Esmoriz; Defesa da Costa – implementação do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (P.O.O.C.) – Ovar – Marinha Grande; Criação de mais espaços verdes e de lazer; Conclusão de redes de saneamento nas diversas freguesias; Redução das taxas de ligação de água e saneamento, assim como das tarifas de disponibilidade de saneamento e resíduos sólidos; Renegociação do contrato com a Simria; Construção de Habitação Social nas zonas mais carenciadas do Concelho; Melhoria das acessibilidades.
No que toca ao desenvolvimento económico, apontamos a criação de novas zonas industriais e beneficiação das existentes; Incremento de parcerias público-privadas em investimentos de interesse comum; Criação de incentivos à fixação de pequenas e médias empresas; Desenvolvimento de parcerias com instituições que apoiam a iniciativa empresarial, gerando um aumento da visibilidade do Concelho de Ovar como zona privilegiada para execução de investimentos; Desenvolvimento de parceria com a Universidade de Aveiro para a criação de um centro de incubação para empresas de base tecnológica no Concelho; Desenvolvimento de um plano estratégico que permita ao Concelho de Ovar tirar vantagens com o futuro crescimento do parque tecnológico e empresarial de S.M. da Feira.
Para além destes quatro eixos de intervenção que consideramos prioritários, fazem parte do nosso programa a Educação e Acção Social, a Cultura, o Desporto e Saúde.
De que forma se irá processar a relação da Câmara com as juntas de freguesia?No total respeito pela competência de cada órgão e numa perspectiva de que não possuímos o monopólio da verdade. Sempre fomos apologistas de que nada se constrói sozinho. Daí que a nossa candidatura seja o garante da voz das freguesias na Câmara, através do estabelecimento de plataformas de entendimento.
A actual situação de crise económica vivida no país poderá prejudicar o trabalho nas autarquias?Obviamente que sim. Não há país nenhum com uma conjuntura desfavorável a nível nacional, que possa ser favorável a nível autárquico. No entanto, o nosso optimismo leva-nos a acreditar que é possível ultrapassar as dificuldades, através da adopção de diferentes atitudes e filosofias de vida política que tenham como finalidade a efectivação de acções mais céleres, concretas e objectivas.
Candidatos à Câmara Municipal de Ovar:
1. Fátima Ramalho
2. Licínia Santos
3. Pedro Maia
4. Hélio Silva
5. António Silva
6. Florbela Oliveira
7. Carlos Rocha
Assembleia de Freguesia
Esmoriz: Alcides Alves
Sem comentários:
Enviar um comentário