Fecho precoce das «Tasquinhas»
gera protestos dos foliões
Não gostaram da brincadeira os foliões obrigados a arrumar os tachos e as panelas mais cedo do que o previsto por causa dos vizinhos que se queixavam do barulho
Passavam cerca de 40 minutos das três horas da madrugada de domingo quando a PSP de Ovar colocou um ponto final nas «Tasquinhas III», uma espécie de feira de gastronomia feita pelos grupos de Carnaval e escolas de samba vareiros e que decorria no Mercado Municipal do Furadouro desde a noite anterior.
Perante os protestos dos intervenientes na festa que achavam cedo de mais para rumarem a casa, os agentes justificaram-se com o cumprimento da Lei, uma vez que os protestos dos moradores das redondezas não cessavam de chegar à esquadra da PSP de Ovar. «A polícia foi impecável connosco», garantem os foliões para que não restem dúvidas. Os agentes fecharam a porta principal de modo a não permitir a entrada a mais ninguém, mas deram a possibilidade a quem se encontrava no interior do recinto de terminar o que estava a consumir.
O aparecimento da polícia num momento, classificado pelos participantes, como «o melhor da festa», não caiu bem. Segundo alguns deles afiançaram ao Diário de Aveiro, «estávamos a começar de facturar a sério e o fecho repentino estragou-nos a festa». «Não se compreende que o S. Paio da Torreira tenha licença até às sete da manhã e na Feira Medieval, de Santa Maria da Feira, a festa se estenda até às tantas e só aqui é que se passa isto», desabafaram outros foliões, dando a entender que na esquadra de Ovar se desconhecia a realização da dita festa carnavalesca.
É que a iniciativa é encarada pelos grupos e escolas de samba que participam no Carnaval de Ovar como um «balão de oxigénio» para as suas economias, já que lhes permite realizar um encaixe financeiro para encarar os gastos com as alegorias e fatos com outro à-vontade. «Por isso, é que ficamos tristes por ter de ir embora mais cedo quando a noite prometia ser muito melhor do que a anterior», queixou-se ainda outro participante.
A Fundação do Carnaval de Ovar coloca-se à parte da polémica, «porque não teve qualquer responsabilidade directa na organização». Segundo esclareceu José Américo, presidente da entidade que organiza os cortejos de Ovar, «apenas enquanto vereador tive alguma colaboração dentro das minhas possibilidades», apontando, a título de exemplo, a cedência gratuita do espaço do Mercado Municipal do Furadouro, meios de transporte para equipamentos e apoio técnico.
O vereador recusa qualquer responsabilidade no sucedido, uma vez que, segundo garantiu, «todo o processo foi enviado para a PSP e pelo meu lado, encontrava-se tudo tratado». Na sua perspectiva, o que aconteceu teve a ver «com a Lei do Ruído que tem que ser respeitada».(in Diário de Aveiro de hoje).
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