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Louçã (BE) recebido com cordialidade em Espinho
O candidato do Bloco de Esquerda (BE) às eleições presidenciais, Francisco Louçã, foi hoje recebido em Espinho, Aveiro, com alguma cordialidade e entusiasmo, mas também com bastante indiferença por parte da população.
Participando numa acção de rua do BE/Espinho, Francisco Louçã liderou a comitiva e, muito cordialmente, distribuiu na marginal daquela cidade o resumo da campanha eleitoral para as eleições autárquicas de Outubro a centenas de pessoas.
Indiferença, entusiasmo, cordialidade e, também, muita surpresa foram algumas das reacções das pessoas que decidiram passear numa tarde de domingo solarenga naquela marginal.
Quem o reconheceu e gosta do seu discurso, bem como quem já sabia que Louçã é o candidato do BE à Presidência da República, mostrou-se entusiasmado com a sua aparição por aquelas bandas.
Mas o que mais se ouviu ao longo da marginal, no percurso que a comitiva do BE fez no sentido Sul/Norte, foi as pessoas dizerem que ia ali o Francisco Louçã, "aquele da televisão".
"Só lhe dou os parabéns, continue com o seu discurso, porque tem que haver alguém que ralhe neste país", afirmou um homem já idoso que estava sentado à sombra, num banco da marginal.
Perante algumas afirmações semelhantes que o líder do BE foi ouvindo, de entusiasmo para não desistir da sua candidatura, as respostas andaram um pouco à volta do mesmo: que não entrou na corrida para desistir, que diz sempre aquilo que pensa, que não foge aos problemas e que é preciso sair deste país que só olha para trás.
"Gostei muito de o ouvir ontem na televisão, afinal, o que vai para lá fazer o Soares com aquela idade? Vai para lá lavar pratos. O que precisamos é de políticas novas", questionava e afirmava ao candidato uma mulher.
"Continue na luta, está no bom caminho", afirmava outro cidadão, ao qual Francisco Louçã respondeu: "Você sabe bem que sim".
Outros, apesar de admitirem não serem do BE, mas do PS, ou até mesmo do CDS, aceitaram o panfleto.
Mas também houve quem rejeitasse receber o resumo do partido das mãos de Louçã, sendo que, no entanto, a maioria aceitou o papel, mas não manifestou qualquer reacção.
Dentro da camada da população que demonstrou votar ou gostar muito do BE, houve até quem quisesse um autógrafo do líder do partido e tirar uma fotografia com ele.
"É preciso é metê-los na linha, torcer-lhes as orelhas se for preciso", respondeu Francisco Louçã a um outro apoiante, enquanto um pouco mais à frente teve que ouvir "histórias da carochinha estou eu farto" de um homem sentado numa mesa de uma das tantas esplanadas existentes ali.
Em declarações à Lusa, o candidato afirmou estar "muito satisfeito" com a recepção que teve em Espinho.
"O país está mergulhado na crise, há pessoas tristes e idosas com problemas graves", disse, acrescentando, contudo, que "há também um entusiasmo contagiante de quem quer políticas novas".
Segundo Francisco Louçã, o que importa agora é encontrar essas pessoas entusiasmadas e fazer campanha.
O líder do BE prometeu que é na rua, ouvindo os problemas das pessoas, que vai fazer a sua campanha para as eleições presidenciais.
Em Espinho, para as autárquicas, o BE apresenta Carminda Flores como candidata à Câmara Municipal e Arcelina Santiago como candidata à Assembleia Municipal, sendo consideradas prioridades para aquele concelho "olhar para as franjas sociais mais desprotegidas", "elaborar a Carta Educativa e propor a activação do Conselho Municipal da Educação", "defender a implementação de uma Agenda 21 Local" e "criar novas centralidades que permitam um crescimento mais harmonioso" da cidade, entre outras medidas.
No final desta visita a Espinho, fazendo o sentido inverso da marginal, eram visíveis muitos dos panfletos do BE dentro dos caixotes de lixo ali implantados.
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