quinta-feira, setembro 01, 2005

Válega
Matadouro clandestino vendia carne roubada

O Núcleo de Investigação Criminal de GNR de Ovar identificou, na tarde de anteontem, em Válega, Ovar, uma exploração de abate ilegal de animais que, supostamente, eram furtados em Estarreja e Albergaria-a-Velha. O negócio, que não respeitava regras mínimas de salubridade, era dirigido por um casal que aguarda julgamento em liberdade.
Ao que o JN apurou, a investigação da GNR teve início há algumas semanas, logo após terem sido apresentadas queixas que davam conta de roubos de cabras, ovelhas, bezerros e galinhas.
As investigações levaram à identificação de uma exploração, em Válega. Ali, a GNR identificou um casal, com 50 e 55 anos, respectivamente, principais suspeitos dos crimes de abate ilegal e receptação de animais roubados.
O abate clandestino, que decorria nuns anexos, funcionava "em condições péssimas e sem o mínimo de higiene", segundo fonte da GNR.
Foram apreendidos vários objectos ligados à prática do abate e uma arma de caça. No local, encontravam-se 86 animais da raça ovina, 51 caprina, dez suínos e um bovino. Os animais foram levados para abate no matadouro de Aveiro. A carne será agora entregue a instituições de solidariedade social.
A GNR ainda terá surpreendido os ocupantes de uma viatura que se preparavam para entregar, no local, mais alguns animais que se julga terem sido também roubados.
Tentaram fugir, mas os militares interceptaram o veículo e detiveram uma mulher. O acompanhante conseguiu escapar mas está já identificado.
A GNR está a investigar a possibilidade de a carne dos abates ilegais estar a entrar no mercado através de talhos nas proximidades do matadouro clandestino.
Os suspeitos da prática dos ilícitos foram ouvidos em tribunal e vão aguardar o desenrolar do processo em liberdade.
Durante o dia de ontem, técnicos da autarquia estiveram no local a desinfectar as instalações.(«JN»)

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