José António Lopes (Pai de Luís Filipe Menezes): "O meu Luís é melhor e está uns furos acima dele [de Luís Marques Mendes]"
Gostava muito de jogar a bola, desfazer os sapatos e botas em pouco tempo, mas sempre foi um aluno brilhante. É desta forma que José António Lopes, proprietário de uma camisaria, recorda a infância do seu filho, Luís Filipe Menezes.
Filho de uma professora do Secundário de Viseu e de um comerciante de Ovar, Luís Filipe Menezes Lopes viveu sempre em Ovar até rumar à universidade, no Porto. Vivendo sempre no centro da cidade, o jovem Luís Filipe Menezes fez os seus estudos primários na Escola dos Combatentes e a Secundária no colégio dos seus pais, em Ovar. "Andava sempre e espreitá-lo para ver o que fazia e lá estava ele a jogar à bola", confessa o pai, mas sublinha: "nunca faltou às aulas".
"Foi sempre um aluno excepcional, de cinco estrelas, e um jovem muito responsável". Apesar da paixão pelo futebol, e de ter jogado nos juniores do FC Porto, Luís Filipe Menezes nunca mostrou vontade de seguir a carreira futebolística. "Houve lá um treino em que ele não gostou do que ouviu e pôs-se a andar", lembra o progenitor. O ténis de mesa também faz parte do currículo atlético do actual autarca de Gaia.
"Jogou a nível de primeira divisão. Chegamos a jogar os dois no distrito de Aveiro e fomos finalistas de um campeonato", lembra José António Lopes, sem conseguir esconder o sorriso orgulhoso.
Foi na universidade que surgiu o "bichinho da política", conta o pai. "Apanharam-no para a JSD e chegou a presidente da Jota", diz, adiantando; "julguei que aquilo ficasse esquecido e não fosse mais além". Mais confiantes ficaram os pais quando Menezes terminou o curso de Medicina e rumou a Paris para tirar a especialidade, "convenci-me eu, e a minha mulher, que da política estávamos livres". Puro engano. Foi em terras gaulesas que Cavaco Silva, numa deslocação a convite do Governo francês, o convidou para fazer parte das listas do PSD para as legislativas. "Na altura, o Luís só era conhecido pela Jota do Porto".
Concordou para entrar em lugar não elegível, "mas o PSD teve uma votação além do normal e ele foi apanhado". José António Lopes diz que o filho conversou com ele e a mulher sobre isto e apesar de o tentarem demover, "eram muitos a assediá-lo, por isso não valeu nada".
José António Lopes afirma que fala muito com o filho, "ele procura a minha opinião, eu dou-lha mas ele segue sempre o seu rumo", diz, admitindo "que até aqui tem-se saído sempre bem". "Quando decide, decide bem, é pena é que não lhe reconhecessem há mais tempo o valor que tem, não é por ser meu filho", afirma. Às vezes, José António Lopes não concorda é com aquilo os jornais escrevem.
Afirma que tem "razão para ser um pai babado, porque ele é um filho excepcional". Por isso, pede desculpa ao outro Luís (Marques Mendes), de quem é muito amigo, mas "o meu Luís é melhor e está uns furos acima dele". («Comércio»)
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