Arte xávega
"Pedro, O Pescador" começou
faina no Torrão do Lameiro
Há vinte anos que a comunidade piscatória do Torrão do Lameiro, em Ovar, não via o 'bota abaixo' de um barco da arte xávega. "Pedro, O Pescador" foi entregue este sábado à campanha de David Oliveira, 30 anos, que "só faz vida de mar".
O barco de dois remos fez o seu baptizado na ria de Aveiro já que viajou desde a freguesia ribeirinha de Pardilhó, onde foi construído num dos últimos estaleiros artesanais da região.
A encomenda demorou mês e meio a ficar pronta. E o custo, no total, andou à volta de dez mil euros. "Tem de ser, para continuar tivemos que investir. Não sabemos é quando vamos recuperar o dinheiro", disse David Oliveira que, habitualmente, tem a trabalhar consigo 17 pessoas.
"Pedro, O Pescador" veio ocupar a vaga deixada pelo abate do "Gaivina" que terminou a sua faina de 22 anos. "Já não estava em modo e para termos condições foi necessário construir o novo", explicou o proprietário.
Na praia do Torrão do Lameiro já chegaram a trabalhar três barcos, agora são duas campanhas. David Oliveira, apesar da sua juventude, não pensa abandonar a xávega. "É um gosto que temos e não queremos desistir. É o nosso meio de sobrevivência", disse.
O risco que os homens correm quando enfrentam as vagas nem sempre é compensado com peixe na rede. "Se for como o ano passado, é trabalhar para aquecer. Foi muito fraco nesta zona", contou.
O peixe é levado para a lota do Furadouro a cada regresso do mar, já que o Torrão do Lameiro não dispõe de qualquer armazém. Os pedidos feitos ao Ministério do Ambiente para a criação de apoios à pesca nunca foram autorizados.
A xávega é uma arte tradicional praticada entre Mira e Esmoriz. Actualmente restam em actividade uma dezena de campanhas. A pesca é feita entre Abril e Dezembro, sempre que o mar permite. («Noticias de Aveiro»)
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