segunda-feira, novembro 11, 2024



Quando devo tomar “protetores de estômago”? Por Dra. Alexandra Ramos Rodrigues
Os Inibidores da Bomba de Protões (IBPs), vulgarmente conhecidos como


“protetores de estômago” (omeprazol, esomeprazol, pantoprazol, lansoprazol e


rabeprazol) são medicamentos muito utilizados para sintomas como a azia ou as


dores de estômago.

Estes fármacos, para além do seu benefício conhecido, através da redução


de produção de ácido no estômago, têm também riscos associados ao seu uso


prolongado e/ou em doses altas.

Serve este artigo para, por um lado, esquematizar as situações nas quais estes


medicamentos podem ser utilizados e, por outro lado, revelar situações perante as


quais não se deve recorrer aos mesmos, sem indicação médica.

O objetivo é sempre usar a dose mais baixa que proporcione alívio adequado


dos sintomas e apenas durante o tempo necessário.


1. Indicações para o uso de IBPs:


▪ A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) que causa sintomas muito


comuns, como a azia. Quando esta doença está presente com alguma


gravidade, os IBPs podem ser utilizados, reduzindo os sintomas associados


▪ Úlceras Gástricas e Duodenais: os IBPs ajudam a tratar e cicatrizar estas


lesões. Doses iniciais mais altas podem ser necessárias, com avaliação


posterior da possibilidade de redução


▪ Tratamento de Esófago de Barrett: à semelhança do caso anterior, esta


condição requer o uso de mais prolongado de IBPs


▪ Toma contínua de medicamentos anti-inflamatórios: em alguns casos


poderá ser útil a associação de um IBP juntamente com o anti-inflamatório


oral, para prevenção de consequências gástricas


▪ Síndrome de Zollinger-Ellison: é uma condição rara em que há produção


excessiva de ácido gástrico, exigindo o uso contínuo e frequente de doses


elevadas de IBPs

Situações nas quais não deve tomar IBPs:


▪ Sintomas de azia esporádica – nestes casos deve optar-se por outros


medicamentos, como antiácidos (por exemplo, sucralfato ou famotidina),


pois atuam mais rápido e têm menos riscos a longo prazo


▪ Uso Prolongado sem indicação médica - o uso contínuo de IBPs sem


indicação médica aumenta o risco de efeitos adversos, como deficiência de


vitamina B12, perda de minerais essenciais (cálcio e magnésio), com


consequente aumento do risco de fraturas ósseas e infeções


gastrointestinais


▪ Uso profilático – em situações nas quais se prevê que venha a ter um


desconforto após a refeição, por exemplo. É importante ter em conta que o


essencial são as medidas de estilo de vida saudável, como fazer refeições


menos abundantes; reduzir alimentos gordurosos, álcool, café, bebidas


gaseificadas e tabaco.

A descontinuação de IBPs deve ser gradual para evitar o ressurgimento de


sintomas após a sua suspensão. É importante aconselhar-se sempre com o seu


médico.


Portanto, os IBPs desempenham um papel crucial no tratamento de condições


gastrointestinais quando usados corretamente e na dose mínima eficaz. No


entanto, o seu uso excessivo ou inadequado pode trazer riscos à sua saúde.


Consulte sempre um profissional de saúde antes de iniciar ou interromper o


tratamento com IBPs.

 

 

 

 

Alexandra Ramos Rodrigues

- USF João Semana Ovar https://www.ovarnews.pt/?p=85761

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