sábado, agosto 03, 2024

Atenção às burlas em tempo de férias
 

A campanha nacional ‘Burlas – Prevenir, duvidar, denunciar’ permite concluir que mais de 17% de toda a criminalidade denunciada na área de responsabilidade da PSP refere-se a burlas. Este é considerado um “fenómeno criminal em crescendo” e que continua a preocupar a PSP.

Só no Comando Distrital de Aveiro, no primeiro semestre do corrente ano, 189 crimes de burla, registou-se um aumento de cerca de 7%, face ao ano anterior.

De salientar que os crimes de burla mais verificados na área de responsabilidade do Comando Distrital (Aveiro, Espinho, São João da Madeira, Ovar e Santa Maria da Feira) são praticados através da utilização de meios informáticos (e-mails) e telemóveis (mensagens e redes sociais), sendo investigados pela Polícia Judiciária.

Trata-se de um “fenómeno criminal em crescendo” e que continua a preocupar a PSP.

Só em 2023, as burlas representaram um prejuízo de valor patrimonial superior a 110 milhões de euros, triplicando o valor do prejuízo verificado em 2022 (34.9 milhões).

A PSP diz que a forma mais eficaz para evitar este tipo de crime é apostar na prevenção, “suspeitando e duvidando” de negócios que tragam “dividendos demasiado avultados e de forma rápida”. Incentiva, também, a denúncia para desencadear processos de investigação criminal.

Os idosos continuam a ser as vítimas preferenciais dos burlões no que concerne à modalidade de atuação de forma presencial. Nos últimos anos, e acompanhando a evolução tecnológica e as potencialidades do mundo digital, os suspeitos têm atingido também vítimas cujas idades são transversais a todas as faixas etárias.

aumento do número de ocorrências.

 

                        

 

Apesar do elevado número de denúncias de burlas, a taxa de detenções é diminuta, tendo em conta a dificuldade em detetar o suspeito em flagrante delito e proceder à sua detenção. Além disso, trata-se de uma tipologia de crime bastante complexa de se investigar, dificultando a identificação de potenciais suspeitos e a sua consequente detenção, importando ainda referir que a PSP não detém a total competência de investigação de burlas, conforme determina a Lei de Organização da Investigação Criminal, o que limita o efeito de polícia de investigação criminal próxima e oportuna.

 

Em 2023 as burlas foram responsáveis por um prejuízo de valor patrimonial superior a 110.339.200 €, triplicando o valor do prejuízo verificado em 2022 (34.989.992 €).

 

A forma mais eficaz para se evitar ser vítima de um crime de burla é apostar na prevenção, suspeitando e duvidando de pessoas que não conhecemos, bem como de negócios que tragam dividendos demasiado avultados e de forma rápida. Além disso, a denúncia de todas as burlas às autoridades policiais, tanto na qualidade de vítima como de testemunha, é crucial. Só através da denúncia é possível dar início ao processo de investigação criminal, chegando assim à identificação de eventuais suspeitos, e ainda combater as cifras negras, permitindo assim que a criminalidade denunciada seja o mais aproximada possível da criminalidade real.

 

Nesse sentido a PSP vem apostando firme e constantemente no acompanhamento deste fenómeno, quer no combate, através da permanente análise e repressão criminal (sistema de investigação criminal da PSP), quer na prevenção, através de campanhas nas redes sociais e comunicados junto dos órgãos de comunicação social, bem como projetando o nosso modelo integrado de policiamento de proximidade, em diversas ações de sensibilização junto dos mais jovens e da população mais vulnerável, nomeadamente junto de faixas etárias mais avançadas.

Para prevenir e evitar que seja vítima de burla, deixamos os seguintes conselhos:

Não faça qualquer tipo de transferência de dinheiro para pessoas que anunciam na Internet, sem que esteja certo que o anunciante é legítimo;

Guarde todas as trocas de e-mails, fotos e mensagens, caso o arrendamento não corra como acordado ou tenha sido vítima de burla e denuncie de imediato o crime às autoridades;

Após efetuar o pagamento, se o anunciante informar que não recebeu qualquer valor ou que existem problemas no seu processamento, solicitando um novo pagamento, contacte imediatamente o banco tentando perceber a veracidade da situação. Caso se verifique a existência de fraude cancele, imediatamente o pagamento já efetuado;

Não aceda a endereços enviados através de e-mails de outas plataformas para efetuar o negócio, pois poderá estar a ser enviada uma página falsa;

Solicite referências ou dados adicionais sobre os produtos à venda, os imóveis a arrendar ou genericamente o objeto do contrato (exemplos de outras fotos, em perspetivas específicas, entre outros);

Pesquise os dados e contactos do anunciante, pois poderá haver referências a burlas anteriores, especialmente em fóruns ou blogues temáticos;

Desconfie dos anúncios em que os preços são claramente abaixo do valor de mercado, ainda que tal preço tenha por base, alegadamente, um motivo válido;

Anúncios que perdurem no tempo têm maior probabilidade de ser verdadeiros pois, após as primeiras denúncias, a maioria dos servidores elimina os anúncios e os anunciantes;

Pesquise as imagens apresentadas do anúncio a fim de verificar se são verdadeiras ou retiradas de outras plataformas;

Desconfie dos proprietários que não disponibilizam um contacto telefónico no anúncio, que o número seja estrangeiro ou que nunca se consiga estabelecer contacto;

Desconfie quando o anúncio é mal redigido, ou na troca de e-mails existam erros gramaticais, de pontuação ou tempos verbais incorretos, indicativos de que foram utilizados tradutores;

Incoerência entre o idioma do proprietário, nacionalidade, número de telefone, país de residência e origem do IBAN, é indiciário de burla;

Não efetue transferências para contas bancárias estrangeiras, pois normalmente são utilizadas em esquemas fraudulentos.
https://www.ovarnews.pt/atencao-as-burlas-em-tempo-de-ferias/

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