sexta-feira, novembro 03, 2006

Moonspell eleitos melhor banda
portuguesa pelo público da MTV




Os Moonspell foram eleitos hoje o melhor grupo português nos Prémios Europeus de Música da MTV, que decorreram em Copenhaga, com o metal a levar a melhor sobre o hip hop e o pop-rock nacionais.
O mais internacional dos grupos metal portugueses estava nomeado para a 13/a edição dos prémios da MTV ao lado dos Mind da Gap, Expensive Soul, Boss Ac e David Fonseca.
Em declarações à MTV Portugal, a banda admite que este prémio é um reconhecimento não só para os Moonspell, mas também para todas as bandas que têm trabalhado no heavy metal em Portugal.
"O heavy metal finalmente pode tornar-se um estilo mais forte, um estilo agraciado e um estilo digno em Portugal", afirma a banda, dedicando o prémio aos portugueses "que ouvem e vivem o heavy metal".
Os Moonspell não marcaram presença em Copenhaga, por estarem a meio de uma digressão pelo Canadá e Estados Unidos a promover o álbum "Memorial", editado em Abril.
Em tournée com os Katatonia e os Daylight Dies, os Moonspell actuaram esta noite em Seattle, tendo previstos mais 14 concertos em solo norte-americano.
Para 2007 têm já em agenda uma série de pelo menos 16 concertos na Europa, ao lado dos Napalm Death, Behemoth e Dew Scented, com passagem pela Alemanha, República Checa, Bélgica, Holanda, Reino Unido, França e Suíça.
"Memorial", o mais recente trabalho discográfico dos Moonspell, foi editado em Abril pela Universal Music e já vendeu cerca de sete mil cópias, tendo ocupado o primeiro lugar do top nacional de vendas.
A 04 de Dezembro, a editora prepara uma reedição do álbum com material extra, incluindo um concerto ao vivo na SIC Radical, imagens da actuação neste Verão no festival Vilar de Mouros, o "making of" do primeiro vídeo "Finisterra", retirado de "Memorial" e uma série de fotografias de um concerto no Hard Club, em Gaia.
"Memorial" apresenta 13 temas de ritmos pesados, ancorados no heavy-metal e no rock gótico que há vários anos é a base do som dos Moonspell, com uma carreira de mais de dez anos.
Em Abril, aquando da edição do álbum, Fernando Ribeiro, letrista e vocalista da banda, explicou à agência Lusa que "Memorial" assenta em canções simples e directas, decoradas com "arranjos mais complexos" do que no passado e que resulta num disco ao mesmo tempo "épico e íntimo".
Produzido na Alemanha com o habitual Waldemar Sorychta, "Memorial" revisita o tema do sangue, habitual na geografia musical dos Moonspell, tanto em títulos como "Sanguine" como no grafismo, marcado pelo vermelho-sangue.
Influenciados por bandas como Sisters of Mercy, Fields of the Nephilim ou Type O Negative, os Moonspell surgiram em 1989, ainda o projecto se chamava Morbid God na área do black metal.
Em 1992 mudaram para o actual nome, com Fernando Ribeiro a passar da bateria para a voz, e editaram o EP "Under the Moonspell", depois de várias gravações caseiras.
Desde o início com um som marcadamente assente no heavy-metal e no rock gótico, os Moonspell desde cedo apostaram com sucesso na internacionalização, sobretudo depois de sair o primeiro álbum, "Wolfheart", de 1995.
"A música dos Moonspell é exigente com os ouvintes, não é entretenimento nem tem nenhuma mensagem social", afirmou o vocalista à agência Lusa.
O segredo da banda, para Fernando Ribeiro, é "falar ao coração das pessoas", razão que poderá justificar a larga legião de fãs que tem espalhada pelo mundo, numa espécie de tribo que gosta de cultivar.
Além da edição discográfica, que inclui outros títulos como "Sin/Pecado" (1998) e "Darkness and Hope" (2001), a banda já colaborou com o Ballet Gulbenkian e compôs para cinema, para a banda sonora da curta-metragem portuguesa "I'll see you in my dreams".
Em 2003 lançou o álbum "Antidote", que teve edição simultânea com o livro "Antídoto", do escritor José Luís Peixoto.
Fernando Ribeiro destaca-se ainda pela edição de dois livros de poesia, escritos em português - "As feridas essenciais" (2004) e "Como escavar o abismo" (2001) - e pela tradução de uma biografia ficcionada de Lovecraft em banda desenhada.

Sem comentários: