sexta-feira, novembro 03, 2006

Erosão costeira
Expansão urbana continua
em zonas de risco


Carlos Moreira, 51 anos, viveu sempre pé na areia. Este habitante de Ovar não tem dúvidas em dizer que “a praia do Furadouro está substancialmente mais curta” do que era na sua juventude.

O areal tem recuado, “embora com flutuações localizadas”, sendo agora mais evidente a erosão costeira a Norte, fora da protecção dos esporões que entram pelo mar pondo em causa a segurança de pessoas e bens.

O morador até admite que o avanço do mar seja resultado de “um conjunto badalado” de factores que os especialistas habitualmente apontam, como a retenção de sedimentos depois das obras na barra de Leixões e a ausência de medidas eficazes de protecção, mas ninguém lhe tira da cabeça que “há outras razões com maior influência”, deixando subentendido a pressão urbana.

Cortegaça é outro ponto negro do concelho de Ovar, uma das zonas da orla costeira mais fustigadas em todo o litoral do País. Há muito que o outrora extenso areal da praia, em frente ao núcleo urbano, foi comido pelo mar que tem feito grandes estragos também a Sul, junto ao parque de campismo. Uma muralha de pedra defende as habitações. A escassos metros da rebentação, vive José Rodrigues, 62 anos. “Com as marés vivas, é um aí Jesus porque o mar pode chegar cá acima. Mais ano menos ano, nem a pedra aguenta”, diz preocupado.

Na praia vizinha de Esmoriz, as casas dos pescadores que foram sendo construídas nas dunas desde há 30 anos estão permanentemente ameaçadas. (Ler mais em «Notícias de Aveiro»)

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