Erosão Costeira
Investigadora alerta para o risco efectivo
de perda de território no litoral de Ovar
A necessidade de vir a retirar populações das zonas ribeirinhas do concelho de Ovar é uma possibilidade que será necessário encarar num futuro próximo, numa perspectiva de actuação de políticas públicas. O alerta é lançado por Fátima Alves, do Centro de Estudos Ambientais e do Mar da Universidade de Aveiro (UA), uma das intervenientes no seminário Protecção do Litoral - Educação para o Desenvolvimento Sustentável, que hoje tem lugar no salão nobre da Câmara de Ovar.
Os trabalhos contam com a presença do secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão. A docente propõe-se remexer num assunto delicado para o concelho de Ovar, uma vez que a sua costa é considerada zona de risco, tendo em atenção a evolução das alteração climáticas e o consequente avanço do mar. Erosão Costeira no Litoral de Ovar: O Risco Efectivo de Perda do Território é o tema da sua intervenção.
Além da erosão do litoral, Fátima Alves vai abordar a questão da subida das águas da barrinha de Esmoriz e da ria de Aveiro. A erosão do interior estará no centro do debate. "Ovar é uma espécie de enclave, com zonas de contacto com a barrinha e a ria", salienta. E se o nível da água sobe no mar, isso reflecte-se nos dois espaços lagunares. "As praias fluviais hão-de sofrer com isso, tal como as frentes urbanas desses locais. É necessário estudar cientificamente estes ecossistemas", defende a professora dos cursos de Engenharia do Ambiente e de Planeamento Regional e Urbano. "Num futuro próximo, talvez se assista à retirada de populações" que habitem nessas zonas de contacto. "Esta problemática deve ser encarada numa perspectiva mais ampla e integrada de actuação de políticas públicas, destacando-se a urgente definição de uma política de gestão integrada e de desenvolvimento sustentável para a ria de Aveiro", diz. A questão é, portanto, inevitável. "Quem gere a ria?", pergunta. "Não há uma entidade única que gira este território com acções concretas e concertadas. E a ria continua ao deus-dará", aponta. (Ler mais no «Público»)
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