Câmara vai tapar ligações
clandestinas de saneamento
O presidente da Câmara de Ovar ameaça tapar todas as ligações ilegais de saneamento à rede de águas pluviais, caso os infractores não reponham a legalidade e se liguem ou à rede pública ou a fossas privadas. Segundo Manuel Oliveira, a situação é extensiva a todo o concelho, mas também ao Sargaçal em Válega, onde os moradores se queixam, "e muito bem", de terem esgotos a céu aberto em frente aos prédios localizados a norte.
"Há muitas ligações clandestinas, as pessoas não têm direito a ligar o saneamento à rede de águas pluviais, isso é um abuso", afirmou ao «Comércio». O autarca reconhece responsabilidades da Câmara no licenciamento dos prédios do Sargaçal que não têm fossas com capacidade para "absorver" o saneamento das habitações que leva a que os esgotos corram na rua, conforme notícia avançada pelo COMÉRCIO no sábado.
Sublinhando que "a situação tem vários anos, vem de executivos anteriores", afiança que espera ver o problema resolvido ainda este ano com a ligação ao emissário principal que passa a escassos metros daquele local. "Já deveria ter sido feito um esforço da autarquia porque a situação é insustentável, não está bem, e por isso quem autorizou procedeu adequadamente", diz. No entanto, refere que as obras para ali exigem outros recursos técnicos diferentes do habitual, por se tratar de uma zona baixa.
Sem querer minimizar este problema, Manuel Oliveira aponta na direcção dos munícipes que têm ligações clandestinas à rede de águas pluviais. "É bom que o exercício da cidadania comece por casa, porque esgotos são esgotos e devem ser ligados à rede de saneamento nos casos em que ela passa à porta, ou a fossas privadas", afirma, ao mesmo tempo que garante que os serviços de fiscalização estão a investigar as ligações ilegais para notificar os infractores a reporem a legalidade. Garante ainda que a Câmara está a fazer tudo para criar condições aos munícipes para se ligarem à rede pública de saneamento.
"Quem não cumpre não tem moral ética para exigir dos serviços públicos, porque vício privados e virtudes públicas não funciona", afirma.
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