terça-feira, dezembro 16, 2025

Rodrigo Pereira de Abreu, que em 2008/09 representou a equipa masculina do Esmoriz, é agora Tiffany Abreu, a jogadora transgénero que está, novamente, a gerar um intenso debate no voleibol feminino.


Há oito anos, a atleta estreou-se nas italianas do Golem Palmi, da Série A2, mas a sua participação em competições femininas levantou sempre muitas questões sobre a legitimidade da sua presença em campo, pelo seu poderio físico e também por causa dos seus 1,98 metros, que, por exemplo, pode gerar vantagem quando joga numa rede a 2,24 metros, 19 centímetros mais baixa do que acontece nas competições masculinas.


Agora, a oposta de 41 anos foi impedida de jogar o Mundial de clubes de voleibol feminino com o Osasco, emblema com o qual venceu a Superliga em maio.

Tifanny cumpre os critérios de elegibilidade para mulheres trans poderem jogar voleibol profissionalmente, tendo sido autorizada pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) para disputar a Superliga desde 2017, mas não conseguiu a autorização da FIBV para jogar em torneios internacionais a tempo do Mundial de Clubes, que teria de ser dado pelo Comité de Elegibilidade, aparentemente, apenas por uma questão de tempo.


Após a conquista da medalha de bronze pelo Osasco, no último fim de semana, Tifanny desabafou e considerou a demora da FIVB um absurdo. «Por mais que tentem tirar-me do jogo, não tiraram o amor que as pessoas sentem por mim e o que eu sinto pelo voleibol. Jamais vamos desistir, porque quando derrubam uma pessoa trans no desporto, estão a derrubar a sociedade, o espaço de inclusão no desporto. Não fiz nada de errado, não tenho nada de errado. Estou dentro de todas as regras. Isto que está a acontecer é simplesmente um absurdo», reclamou a atleta.


Mesmo sem jogar, Tifanny esteve todos os dias no pavilhão, em São Paulo, a apoiar a equipa e, em todos o público gritava e cantava o seu nome depois da apresentação dos restantes elementos da equipa, na apresentação das atletas antes do jogo.

Depois da entrega das medalhas, o treinador, Luizomar de Moura, chamou Tifanny para tirar a fotografia oficial no pódio com o resto da equipa e a jogadora chorou emocionada.


Até 2017, Tiffany sempre competiu em campeonatos masculinos, com passagens por Portugal, Indonésia, Espanha, França, Holanda e Bélgica. Foi enquanto jogava na segunda divisão belga, pelo JTV Dero Zele-Berlare, que completou a transição e recebeu autorização da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) para competir em provas femininas. https://www.ovarnews.pt/tiffany-ex-esmoriz-proibida-de-jogar-o-mundial-de-clubes-por-ser-trans/

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