sexta-feira, janeiro 03, 2025

A decisão de eliminar portagens em várias autoestradas portuguesas é um passo positivo


que pode aliviar os encargos financeiros das famílias e empresas, promover a coesão


territorial e estimular o desenvolvimento económico. Contudo, com um custo estimado de


180 milhões de euros para os cofres do estado, a medida revela falhas de equidade,


deixando regiões como Aveiro em evidente desvantagem.

Enquanto algumas autoestradas deixam de cobrar portagens, os pórticos da A25 em


Albergaria e Aveiro permanecem ativos, penalizando os utilizadores locais.

Adicionalmente, vias estratégicas para a conectividade da região, como a A17 e a A29, não


foram incluídas, agravando a sensação de injustiça. Estas autoestradas são fundamentais


para o transporte e economia local, mas os seus utilizadores continuam a pagar portagens,


sem beneficiar diretamente do investimento estatal destinado a eliminar custos noutras


regiões.

Eliminar portagens oferece claras vantagens. Permite uma poupança direta para os


utilizadores, facilita a mobilidade entre territórios e reduz o tráfego em estradas nacionais,


tornando-as mais seguras e menos sobrecarregadas. Além disso, incentiva o turismo e


aumenta a sustentabilidade ambiental, ao diminuir emissões de veículos presos em


congestionamentos. No entanto, estas vantagens são diluídas pela aplicação desigual da


medida, que perpetua desigualdades regionais.

O caso de Aveiro ilustra como a implementação parcial desta decisão compromete o


objetivo de coesão territorial. A ausência de critérios equitativos demonstra uma falta de


visão integrada. Se o objetivo é beneficiar a mobilidade nacional, é difícil justificar a


exclusão de áreas-chave como os pórticos da A25 em Aveiro e as autoestradas como a A17


e a A29, que conectam Aveiro aos distritos envolventes.

A eliminação de portagens deveria ser aplicada de forma uniforme e abrangente,


beneficiando todas as regiões de igual maneira. Medidas parciais não só criam


desigualdades como também corroem a confiança dos cidadãos nas políticas públicas. Se


PS e CHEGA estão dispostos a investir 180 milhões de euros nesta iniciativa, é essencial


que todos os portugueses sejam tratados com a equidade que merecem.

Para que a eliminação de portagens tenha impacto real, é necessária uma estratégia


coerente, que inclua todas as vias relevantes e promova efetivamente a coesão territorial.


Aveiro e outras regiões excluídas desta medida merecem ser incluídas para que os cidadãos


beneficiem dos mesmos direitos e oportunidades. Afinal, o desenvolvimento nacional só


será alcançado quando todos os territórios forem tratados com a mesma consideração e


justiça.

Diogo Fernandes Sousa https://www.ovarnews.pt/?p=87539

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