terça-feira, janeiro 07, 2025
Depois de atuarem no Centro de Arte de Ovar, na tarde do dia 5, as troupes infantis de Ovar deram as boas vindas à Escola Secundária José Macedo Fragateiro, nos dias 6 e 7 de janeiro, saudando a comunidade com os desejos de um promissor 2025.
A noite do dia 6 foi a mais marcante desta tradição centenária, em que 12 troupes adultas encheram o Auditório Maria Cecília Oliveira com excelentes melodias, sempre no respeito pelos 3 momentos musicais: «Saudação», «Mensagem» e «Despedida».
A animação terminou para lá da meia-noite e encheu de alegria as inúmeras pessoas que presenciaram o espectáculo, que contou com o apoio da Direção do Agrupamento de Escolas de Ovar e as incansáveis assistentes operacionais, nas tarefas de aconchegar o estômago dos reiseiros com petiscos, bolo-rei e Vinho do Porto, cumprindo a preceito esta tradição escolar.
Atuaram, por ordem de entrada: Trupe de Reis Tradição e Juventude; Trupe de Reis da Música Nova (Banda Boa União); Trupe de Reis «Os Moliceiros», da Marinha; Trupe de Reis dos Bombeiros Voluntários de Ovar; Trupe de Reis da Associação Desportiva Ovarense; Trupe de Reis da Associação Cultural e Recreativa de Valdágua, de Válega; Trupe de Reis da Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes, de Válega; Trupe de Reis da JOC/LOC; Trupe de Reis da Associação Cultural de Sande, Salgueiral e Cimo de Vila; Trupe de Reis da Associação Fraterna de Prevenção e Ajuda; Trupe de Reis do Orfeão de Ovar e Trupe de Reis da Associação Cultural e Recreativa da Ribeira, que fechou a noite com uma homenagem a Manuel Ramos Costa, criador e encenador da Companhia de Teatro Água Corrente, responsável pela criação das letras de algumas edições e falecido há pouco mais de um ano.
O som esteve ao cuidado do Eng.º Mário Xavier Frazão, docente das turmas do curso de Informática naquele estabelecimento de ensino.
Um pouco de história
A entrada em cada ano é marcada por um dos mais belos costumes da tradição nacional que anima a comunidade, ruas, praças e casas vareiras, com a alegria festiva inspiradora para enfrentar mais um ano.
Esta tradição nasceu de forma muito livre e espontânea, com as trupes exibindo dotes harmoniosos de considerável qualidade. Mas com a experiência acumulada ao longo de mais de um século, os motivos inspiradores diversificaram-se e ganharam amplitude temática, abordando assuntos que instigam a Humanidade a corrigir comportamentos que fazem perigar o futuro.
O primeiro momento de cada prática corresponde à «Saudação», em que o grupo cumprimenta a assistência e predispõe-na, posteriormente, ao conteúdo da «Mensagem», procedente das palavras bíblicas da Adoração dos Reis Magos e do extraordinário simbolismo da veneração do Rei-Menino. Em terceiro lugar, surge a «Despedida», em que o grupo felicita os anfitriões e agradece o acolhimento prestado, particularmente representados nos bens oferecidos aos cantores e instrumentistas, que podem ser em dinheiro ou géneros (o que caiu em desuso nos tempos atuais).
Património Imaterial de Portugal desde 2020, o “Cantar os Reis em Ovar” é uma manifestação de assinalável quali¬da¬de melodiosa vocal e instrumental, com versos e partituras compostas por letristas e músicos autóctones, em que os poemas ganham, de ano para ano, assinalável qualidade literária e as melodias são tecnicamente cada vez mais apuradas.
Texto e fotos de Hélder Ramos
https://www.ovarnews.pt/pelos-valores-da-tradicao-reiseira-em-ovar/
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário