quarta-feira, agosto 10, 2022
Etelvina Almeida é uma dos nomes a expor actualmente, na colectiva de fotografia, "Água", da Associação de Fotografia e Artes Visuais da Murtosa, no Posto de Turismo do Furadouro, até 4 de setembro.
Designer e professora, ela notabilizou-se ao dar o exemplo para salvar património navegável em risco de extinção.
Eterna apaixonada da Ria de Aveiro, Etelvina Almeida recuperou a embarcação “A Menina da Ria”, no âmbito de Mestrado em Design, pela Universidade de Aveiro, com o tema "Embarcações Tradicionais da Ria de Aveiro: análise formal, o desenho e o processo construtivo".
Amante da laguna aveirense, fez um aturado trabalho de investigação e adquiriu uma pequena embarcação tradicional, uma bateira caçadeira, com 5,75 metros de comprimento e com uma vida de 22 anos de serviço.
A autora perdeu a conta dos dias de observação, a acompanhar construções e reparações de barcos, a fazer medições, desenhos, registos fotográficos, a falar com pescadores, carpinteiros, a conhecer os costumes, consultar arquivos e indagar entidades. O diário de bordo está online ficou registado em https://etelvina.wordpress.com.
O restauro foi realizado pelo Construtor Naval Tradicional, José Rito, no Estaleiro-Museu da Torreira (Murtosa), tendo contado com a colaboração de Alfredo Rebelo moliceiro da Ria de Aveiro e, com a de José Oliveira (artista plástico, pintor dos painéis dos barcos moliceiros da laguna), na decoração.
Esta embarcação de trabalho, que se encontrava em fim de ciclo de vida, passou a ter uma nova função, a de lazer. A forma da embarcação foi aprimorada. Apetrechou-se a bateira com a palamenta tradicional adequada, e realizaram-se alterações no sentido de lhe acrescentar os meios de propulsão tradicionais, podendo actualmente navegar à vela ou a remos e, ainda, à vara ou a motor.
Mais do que uma apaixonada pela laguna, Etelvina Almeida é uma verdadeira defensora – e embaixadora – das embarcações tradicionais da laguna. E a sua vontade de as preservar parece estar longe de terminar.
O objectivo de Etelvina mantém-se firme: divulgar o património navegável da Ria de Aveiro, que ainda existe, e o de sensibilizar para a sua perda. Veio parar ao sítio certo.
EXPOSIÇÃO coletiva de fotografia
ÁGUA da Associação de Fotografia e Artes Visuais da Murtos
6 de agosto a 4 de setembro
Posto de Turismo do Furadouro
A Associação de Fotografia e Artes Visuais da Murtosa apresenta a exposição ÁGUA, num coletivo de imagens registadas pelos olhares individuais dos seus sócios, numa homenagem a este elemento essencial à vida. Registos sólidos e virtuais de um líquido na nas suas múltiplas formas, estados, meios e ambientes. Numa gota suspensa, em gotículas de orvalho, num lago espelhado, numa refrescante cascata, num mar revolto, num rio do mundo cada vez mais frenético, que se esquece da importância daquilo que é dado como adquirido, importa refletir sobre o presente no futuro da ÁGUA, no planeta TERRA.
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