quarta-feira, janeiro 12, 2022

O Seleccionador Nacional, Fernando Santos, diz que não é capaz de dar a outra face, mas sabe perdoar e o seu sonho "é que todos nos amemos uns aos outros. (...) O Mundo seria melhor". O técnico campeão europeu deslocou-se a Esmoriz, a convite da Paróquia de Santa Maria de Esmoriz para participar na rubrica “Conversa do Abade” e partilhar a sua experiência de carreira bem como a sua própria visão da fé.

Numa conversa conduzida pelo Padre Manuel Mendes, recordou os tempos de seleccionador da Grécia. "A primeira coisa que fiz quando lá cheguei foi procurar uma igreja católica e, ao domingo, lá estava para a Eucaristia".

"A primeira coisa que faço quando chego a um clube é avisar que demoro uma hora sempre ao domingo para ir à eucaristia". "Se a equipa toma o pequeno almoço às 10h, eu vou à missa às 8h. É fácil, nós podemos fazer tudo".

Quando foi treinar o Estrela da Amadora, pensou: "Um dia, vínhamos jogar ao Porto e disse ao condutor: vire aí para Fátima. Ele ficou surpreendido, mas quem mandava era eu". Nesse dia, só foi ele ao Santuário, mas três anos depois, já 50% do plantel o acompanhava. "Quando fui para o FC Porto fizeram-me uma homenagem e ofereceram-me uma imagem de Nossa Senhora de Fátima".

Já no FC Porto, quando se sagrou campeão, em 1999, o seu pai tinha falecido há um ano e junto à Igreja das Antas, recebeu um presente de um mendigo. Fernando Santos não queria mas aceitou-a perante a insistência dele. Quando abriu mais tarde o presente, era uma caneta Parker com o seu nome gravado, exactamente igual à caneta que o seu pai lhe oferecera quando tinha terminado a quarta classe e que perdeu um ano depois.
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